Nessa quinta-feira (17), a emissora libanesa Al Mayadeen informou que Georges Ibrahim Abdallah, o ativista e revolucionário libanês que passou mais de quatro décadas preso na França, será libertado. As declarações foram feitas pela equipe jurídica de defesa, afirmando que o judiciário francês aprovou oficialmente sua libertação.
Abdallah, ex-membro da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), fundou as Facções Armadas Revolucionárias Libanesas Marxistas-Leninistas (LARF), que assumiram a responsabilidade por quatro operações na França durante a década de 1980. O revolucionário ficou detido por 41 anos, tornando-se o prisioneiro mais antigo da Europa.

Sua soltura deve acontecer em 25 de julho, de acordo com o advogado de defesa. Abdallah retornará a Beirute após sua libertação prevista para o final deste mês.
O revolucionário libanês foi acusado de participar do assassinato do adido militar americano Charles Robert Ray e do diplomata israelense Yacov Barsimantov em 1982 e foi condenado por essas acusações.

Abdallah foi condenado a prisão perpétua em 1987, sendo que sua prisão aconteceu originalmente três anos antes. Apesar de repetidas vitórias judiciais e do apoio de organizações internacionais de direitos humanos, sucessivos governos franceses recusaram-se a aprovar sua libertação.
De acordo com a Al Mayadeen, ele se tornou elegível para liberdade condicional em 1999, mas todos os pedidos anteriores foram negados, exceto em 2013, quando sua libertação foi condicionada à expulsão da França. Entretanto, o então Ministro do Interior, Manuel Valls, recusou-se a implementar a ordem, mantendo Abdallah na prisão.

Em declarações à Al Mayadeen, o advogado de Abdallah confirmou que a interferência política, particularmente dos Estados Unidos, atrasou os procedimentos legais que deveriam ter levado à sua libertação muito antes. Seu irmão, Robert Abdallah, enfatizou que o atraso na libertação de Georges se deveu à pressão política constante. “A obstrução de sua libertação foi resultado da pressão política dos Estados Unidos sobre a França”, disse ele.





