As Forças Armadas do Iêmen, lideradas pelo movimento Ansar Alá (partido revolucionário pejorativamente conhecido como “houthis”), anunciaram, na quarta-feira (16), a realização de quatro operações militares distintas contra alvos da ocupação sionista. Segundo o porta-voz militar, general de brigada Iahia Saree, os ataques ocorreram no mesmo dia e atingiram locais de importância estratégica para o regime sionista, em plena escalada da guerra contra a Faixa de Gaza.
O principal alvo das operações foi o aeroporto internacional de al-Lydd — denominado pelo regime como Aeroporto Ben Gurion. Segundo Saree, o local foi atingido por um míssil balístico do tipo Zulfiqar, armamento de longo alcance que integra o arsenal estratégico das forças iemenitas.
Além do ataque com míssil, outras três operações foram conduzidas com drones de combate. Os alvos foram o porto de Umm al-Rashrash (nome histórico da cidade ocupada de Eilat), um ponto militar na região do Naqab (Negev) e, novamente, o aeroporto de al-Lydd. As ações, segundo o comunicado oficial, foram cuidadosamente planejadas e executadas com êxito.
“Essas operações vêm no cumprimento de nosso dever religioso, moral e humanitário em apoio ao povo palestino”, declarou Saree. Ele afirmou que os ataques não serão interrompidos enquanto o regime sionista mantiver sua agressão contra Gaza e o bloqueio contra a população palestina.
As operações fazem parte de uma campanha militar mais ampla conduzida pelo Iêmen desde o início da ofensiva genocida do sionismo contra Gaza, em outubro de 2023. Desde então, o Ansar Alá vêm atacando navios ligados ao regime sionista no mar Vermelho e no mar Arábico, impondo um bloqueio naval efetivo que desestruturou o comércio marítimo com os portos da Palestina ocupada.
Em seu pronunciamento, Saree reiterou o alerta às empresas estrangeiras que ainda operam em portos sionistas: “As companhias internacionais devem evitar esses portos e rotas. Seus navios podem ser alvos de nossas operações caso colaborem com a ocupação.” O porta-voz deixou claro que as ações do Iêmen têm como foco navios que transportam cargas para ‘Israel’ ou que participam, direta ou indiretamente, da agressão ao povo palestino.
A eficácia da campanha iemenita pode ser verificada no impacto direto sobre o porto de Eilat, no sul do território ocupado. Segundo o jornal econômico sionista The Marker, o terminal deixará de operar completamente a partir deste domingo (20), após a prefeitura de Eilat bloquear as contas bancárias da autoridade portuária por conta de dívidas acumuladas em milhões de shekels.
Desde que os ataques iemenitas no mar Vermelho se intensificaram, ainda em novembro de 2023, o porto passou a operar de forma quase nula. Navios internacionais cancelaram suas rotas com destino a Eilat e redirecionaram suas cargas para portos fora da área de risco, colapsando as receitas da instalação. Em 2024, o faturamento do porto despencou 80% — um golpe sem precedentes no comércio exterior do regime sionista.
A paralisação do porto é consequência direta da campanha militar do Iêmen, que conseguiu bloquear rotas marítimas fundamentais para o abastecimento sionista. Dois episódios recentes comprovam a continuidade das ações: a interceptação do navio Magic Seas em águas do mar Vermelho e o ataque ao cargueiro ETERNITY C, que se dirigia a Eilat. Ambos os casos reforçaram a credibilidade das ameaças feitas por Saree e consolidaram o bloqueio naval como uma realidade.
A atuação do Iêmen tem ampliado sua importância na frente de resistência contra o sionismo no Oriente Médio. Ao lado do Irã, do Hesbolá e dos grupos de resistência palestinos, o Ansar Alá representam uma linha de enfrentamento direto ao imperialismo e à política de massacre contra os povos árabes. As ações demonstram que, mesmo diante de um cerco internacional promovido pelos Estados Unidos e seus aliados, os povos da região seguem respondendo com firmeza e aumentando a pressão sobre o regime de Netaniahu.
O general Iahia Saree deixou claro que não há perspectiva de recuo. “Nossas operações continuarão até que a agressão termine e o bloqueio à Palestina seja totalmente levantado”. Com os portos sionistas entrando em colapso e os alvos militares sob constante ataque, o papel do Iêmen na conjuntura atual deixa de ser marginal e passa a ser um dos pilares da resistência armada contra o genocídio promovido pela entidade sionista.





