Presidente do PCO

Veja como foi entrevista de Rui Costa Pimenta ao podcast 3 irmãos

Presidente do Partido da Causa Operária denunciou submissão da esquerda brasileira ao imperialismo e reforçou apoio à Resistência Palestina

Na última terça-feira (15), o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, foi entrevistado no canal do Podcast Três Irmãos no YouTube. Ao longo de mais de três horas de conversa, Pimenta abordou a luta contra o imperialismo, criticou duramente a esquerda brasileira por sua capitulação, defendeu o armamento do povo e analisou a política do governo Lula sob o ponto de vista da luta de classes.

O tema central da entrevista foi a aliança do PCO com a Resistência Palestina. Logo no início, Pimenta lembrou que, no mesmo dia à operação militar do Hamas em 7 de outubro, declarou publicamente: “Nós do PCO não somos 100% Hamas, somos 1.000% Hamas”. A afirmação, segundo ele, gerou uma reação violenta de setores da esquerda nacional, que tentaram impedir o partido de se pronunciar em atos públicos. “Eles aceitavam protestar contra as mortes, mas não aceitaram defender os que estão lutando de armas na mão”, afirmou.

Para Pimenta, o repúdio da esquerda brasileira ao Hamas e ao Irã não se deve a questões morais ou humanitárias, mas à influência de ONGs e ideologias importadas do Partido Democrata dos Estados Unidos. “O identitarismo é uma ideologia liberal, sem nenhuma relação com o marxismo. A esquerda passou a absorver essa ideologia que é, no fundo, uma adaptação ao imperialismo”, criticou.

A respeito das acusações contra o Hamas, de que teria cometido atrocidades em 7 de outubro, Pimenta foi enfático: “temos a gravação do comandante da Brigada Al-Qassam dizendo: ‘não vamos atacar mulheres, crianças e idosos’”. Segundo ele, os casos de violência contra civis foram causados por pessoas que acompanharam a operação e não pertenciam à milícia organizada.

“A milícia do Hamas é disciplinada. Quem causou destruição massiva naquele dia foram os helicópteros israelenses”, disse, citando inclusive a existência de uma diretriz oficial das forças armadas sionistas — a “diretriz Aníbal” — que orienta o extermínio de reféns para impedir negociações.

Em diversos momentos, Pimenta traçou paralelos históricos para sustentar sua posição. “Lênin apoiou o movimento dos boxers na China, que era religioso e matava estrangeiros, porque era uma revolta contra o colonialismo. A luta contra o imperialismo é o critério fundamental”, explicou. Para ele, o Hamas, o Irã, o governo de Nicolás Maduro e até líderes como Ibrahim Traoré, de Burquina Faso, são aliados da revolução proletária mundial porque combatem o imperialismo, independentemente de sua ideologia.

No plano nacional, Pimenta apontou que a burguesia brasileira é apenas uma sócia menor do capital estrangeiro. “Quem manda no Brasil são os bancos e as multinacionais. A Rede Globo, mesmo sendo poderosa, não manda nada sozinha. É parte do esquema do imperialismo”, afirmou. Nesse sentido, considerou que o governo Lula, embora tenha origens na classe operária, está inteiramente submetido ao grande capital: “Lula não tem força para governar. Ele se iludiu achando que poderia fazer acordos com todo mundo. Agora está amarrado e sendo sabotado pelo Congresso”.

Apesar de considerar o atual governo como neoliberal e entreguista, Pimenta destacou que a alternativa desenhada pela burguesia é ainda mais perigosa. Ele denunciou que se prepara uma operação para eliminar Bolsonaro e desgastar o PT, visando impor um “Milei brasileiro”. “Esse nome é o Tarcísio de Freitas. Ele é mais perigoso que o Bolsonaro, porque é um homem do sistema, um representante do imperialismo internacional. Ele privatizou a Sabesp e atacou os servidores sem pestanejar”, alertou.

O dirigente do PCO também defendeu o armamento do povo como um direito democrático e condição de soberania nacional. “Sou favorável que qualquer cidadão tenha o direito de possuir e portar armas. Se houver uma guerra contra o imperialismo, o exército não dá conta. Só o povo armado pode defender o país”, afirmou, citando o exemplo da Venezuela, onde Hugo Chávez comprou 1 milhão de fuzis para distribuir ao povo. “O general venezuelano disse: se o imperialismo invadir, só o povo pode enfrentar”.

Questionado sobre o programa de um eventual governo do PCO, Pimenta afirmou que estatizaria setores estratégicos, como a Vale, a Petrobrás, a Eletrobrás, e promoveria uma ampla reforma agrária. “Terra improdutiva ou grande demais tem que ser dividida. A concentração fundiária impede a formação do mercado interno”, disse. Segundo ele, a estrutura agrária brasileira é um obstáculo ao desenvolvimento e serve apenas aos interesses do capital financeiro.

O presidente do PCO também se posicionou contra a criminalização da juventude e defendeu a legalização das drogas. “No partido é proibido o uso de drogas, mas não defendemos repressão. A proibição é nefasta para a sociedade”, explicou. Da mesma forma, criticou a redução da maioridade penal: “É uma medida que só serve para encarcerar a juventude pobre”.

Sobre o sistema político, defendeu o fim das eleições diretas no modelo atual e a implantação de conselhos populares com revogabilidade imediata dos mandatos. “O povo tem que eleger seus representantes nos locais de trabalho, moradia e estudo. Se o representante não corresponde, a base revoga o mandato”, disse, citando o modelo soviético original.

A entrevista ainda revelou que o PCO cogita lançar Rui Costa Pimenta como candidato à Presidência em 2026. Segundo ele, a decisão ainda não foi tomada, mas há “certa unanimidade” dentro do partido. Questionado sobre a dívida pública, afirmou que, se eleito, convocaria uma auditoria e provavelmente decretaria o não pagamento: “não faz sentido um país inteiro trabalhar para pagar banqueiro”.

Ao final, Pimenta reiterou que o partido está comprometido com um programa revolucionário: “o que nós defendemos é um governo operário. Se formos eleitos, vamos mobilizar os trabalhadores para transformar o País, romper com o imperialismo e tomar de volta o que é do povo”.

A íntegra da entrevista pode ser conferida no canal oficial do Podcast Três Irmãos no YouTube por meio do link abaixo:

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