Na madrugada do último dia 16, a menina Lavínia Freitas de Oliveira e Souza, uma criança negra de apenas 10 anos, morreu após um mês em estado grave, vítima de um tiro na cabeça disparado pelo policial penal Márcio da Silveira Coelho em 15 de junho, durante uma perseguição no trânsito em Viçosa, Minas Gerais. O assassinato ocorreu na MG-482, quando a menina voltava com o pai, Marcelo, de uma viagem da cidade de Diogo de Vasconcelos para Viçosa.
Após uma suposta “fechada” no trânsito, o agente perseguiu a família em alta velocidade, jogou seu carro à frente do deles, desceu e abriu fogo, atingindo a criança. O crime aconteceu por volta das 18h de 15 de junho, quando Marcelo, ao ultrapassar um veículo, foi perseguido pelo policial em um carro particular. “Ele acelerou atrás de mim, jogou o carro na frente e atirou; vi minha filha sangrando pela cabeça”, relatou o pai à imprensa local.
Lavínia foi levada ao posto de saúde de Viçosa com hemorragia cerebral e dificuldade para respirar, sendo entubada e transferida para Ponte Nova e, posteriormente, para o Hospital João XXIII, em Juiz de Fora, onde ficou em coma até sua morte. O policial, preso na Casa de Custódia em Belo Horizonte, é investigado por homicídio pela Polícia Civil, e a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) abriu um procedimento administrativo. A defesa do agente alegou que os disparos buscavam afastar um suposto “ataque”, uma justificativa típica dada por policiais.
Criada para proteger a burguesia e o imperialismo, a polícia brasileira é treinada para o extermínio do povo pobre, especialmente o negro. Casos como o de Lavínia, sepultada em Diogo de Vasconcelos, são rotina no Brasil, onde agentes do Estado matam impunemente sob o pretexto de “segurança”. A justiça, por sua vez, auxilia os policiais, sendo cúmplice desse genocídio.
Longe de ser um ato isolado, a violência reflete o verdadeiro papel social da polícia brasileira, que atua como força de terror contra a população negra e trabalhadora, exigindo sua extinção e a organização de milícias populares armadas para autodefesa. A única resposta é a extinção das forças policiais e a criação de milícias operárias armadas, capazes de proteger as famílias trabalhadoras de ataques como o que matou a menina Lavínia.





