Recentemente chamou atenção dentro do movimento de defesa da Palestina trechos do documentário “Stealing Sunset” do coletivo Operation Sunbird. O documentário é descrito como:
“Nosso projeto ‘Stealing Sunset’ acompanha ativistas e repórteres disfarçados enquanto eles se infiltram em exposições imobiliárias, encontram incorporadoras por trás de grandes projetos de assentamentos e expõem as brechas legais e os incentivos financeiros oferecidos a compradores estrangeiros.”
Em uma das abordagens do documentário que mais tem viralizado na internet está a feira imobiliária organizada por judeus sionistas para judeus sionistas norte-americanos com o objetivo de incentivar estes judeus a irem viver em “Israel”, inclusive com ajuda financeira e burocrática do próprio Estado de “Israel”. O problema? Os imóveis vendidos na feira estão localizados em território palestino e são vendidos em negociações escusas, que tem como objetivo povoar as terras palestinas com judeus e assim criam a ideia artificial de que os judeus ocupam genuinamente esta região.
O trailer começa com:
“Venha conosco enquanto nos infiltramos em uma exposição sionista em Nova Jersey, onde americanos podem investir em imóveis de alto padrão na Palestina. Palestinos não têm acesso. Fique por aqui enquanto revelamos algumas ofertas de propriedades que são absolutamente chocantes.”
Também chama atenção que o evento acontece às escondidas, é restrito para judeus, é proibida a filmagem. Os responsáveis pelo documentário, que são pró Palestina, descobrem que alguns de seus membros possuem origem judaica e conseguem entrar na feira fingindo interesse em adquirir uma propriedade na Jordânia. Assim conseguem ter acesso a diversas informações que seriam sigilosas entre os sionistas e entender como funciona este mercado macabro que com a guerra viu a procura e seus lucros aumentarem.
No vídeo vemos ainda:
“Se você tiver a sorte de ter um bisavô judeu, como o Rain, você também pode fazer Aliá, tornar-se cidadão israelense e aproveitar ofertas de propriedades absolutamente coloniais. Estivemos recentemente em Malé Adumim — há alguma diferença entre lá e, digamos, Telavive? Israel é um lugar muito pequeno. Israel é tão pequeno que o assentamento ilegal de Ma’ale Adumim nem está dentro dele — e, olha, os negócios sobre essa terra palestina são de cair o queixo. Ao comprar sua primeira propriedade em Israel, você pode ter isenção total de impostos sobre a compra. Os primeiros cheques comunitários, você pode obter empréstimos do governo. Posso te ajudar com os bancos? Eles estão tentando incentivar as pessoas a irem para certos lugares.”
Nas cenas disponibilizadas no terceiro trailer do documentário, que terá sua estreia ainda este ano, é possível ver que a feira acontece em Nova Jersey no inicio de julho de 2025, que mesmo com toda a discrição acontece sob protestos pró-Palestina do lado de fora do evento.
A narração destaca:
“Há muitos serviços diferentes por aqui. Estamos vendo serviços financeiros, de passaporte, imóveis… e você não ouve os protestos do lado de fora. Este é um evento exclusivo para judeus, e filmagens são proibidas — mas gravamos secretamente para que você não perdesse essas ofertas incríveis, algumas das quais são tão vantajosas que violam a Convenção de Genebra.”
Os infiltrados fazem um tour pela exposição, visitando estandes onde são expostas terras palestinas a venda, recebem orientação sobre problemas burocráticos como financiamento e passa porte, assistem a palestras e recebem diversas ofertas para comprar terras palestinas de forma completamente ilegal pelas normas internacionais.
Destacam que as terras ofertadas sequer estão no território ocupado por “Israel”:
“Esses lugares ficam um pouco além da Linha Verde? Sim, eles querem te incentivar. Está impaciente para fazer Aliá e se tornar cidadão israelense? Não se preocupe — Israel tem uma brecha legal só para você, além da Linha Verde, também conhecida como Palestina.Se você estiver comprando além da Linha Verde, como em Ma’ale Adumim, e não for residente nem cidadão israelense, você não paga nenhum imposto sobre a compra, porque a lei jordaniana se aplica lá — e não há imposto de compra nem imposto sobre ganho de capital. Exato — Israel está usando brechas para vender terras palestinas a compradores estrangeiros, explorando uma legislação tributária da Jordânia — o que é quase como admitir que aquela área nem é realmente Israel.”
Fica evidente no pequeno trecho disponibilizado a total falta de consideração dos sionistas até mesmo com as leis internacionais e mais ainda com um território que não é seu e com o povo que lá vive. O plano também fica claro: com a guerra “Israel” pretende exterminar o povo palestino e até mesmo de outras localidades próximas para instalar o Estado de “Israel”. Não só como um estado invasor, mas como um braço do imperialismo na região par roubar as riquezas, se apossar das terras árabes e promover o extermínio desses povos.



