Em edição recente do programa Análise da 3ª, transmitido pela Rádio Causa Operária, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, criticou duramente a política de ingerência dos Estados Unidos sobre o Brasil e analisou o agravamento da crise na Ucrânia. Os comentários ocorreram após a imposição de tarifas pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump contra produtos brasileiros.
Para Pimenta, a medida é um ato claro de interferência: “na medida em que ele faz exigências sobre as instituições políticas nacionais, sim. Uma coisa é um governo de outro país entrar em contato, dizer que não concorda com isso ou aquilo — é uma relação diplomática. Mas, a partir do momento em que ele procura forçar o país a adotar uma resolução, é ingerência”.
O dirigente denunciou a hipocrisia dos setores que agora posam de nacionalistas: “esse não é o primeiro caso de interferência imperialista no Brasil e nem vai ser o último”. Ele comparou a ação de Trump com o lobby realizado pelo STF junto ao Departamento de Estado dos EUA durante as eleições de 2022, o qual considerou uma ingerência ainda mais grave: “isso foi uma ingerência maior que a do Trump, mas não é a única”.
A crítica não poupou o próprio PT. Pimenta afirmou que parte do partido, ao se posicionar contra a ingerência, está apenas fazendo oposição ao ex-presidente norte-americano por conta de sua filiação ao Partido Republicano. “Então, não se trata de nacionalismo”, concluiu. Para ele, existe um setor sincero da população brasileira que repudia esse tipo de intervenção: “qualquer ingerência precisa ser repudiada”.
O programa também abordou a guerra na Ucrânia, com o presidente do PCO descrevendo a situação como “periclitante” e afirmou que os Estados Unidos enfrentam dificuldade para sustentar o regime de Vladimir Zelensqui. Citando a rádio russa Sputnik, destacou que os russos consideram o governo norte-americano como responsável por impedir um acordo de paz: “o imperialismo pressiona ou comanda o regime político ucraniano a não chegar num acordo”.
Comentando as tentativas de Trump de resolver o impasse, Pimenta afirmou que “ele começou falando que acabava com isso em 24 horas. Agora ele está ameaçando todo mundo para que o pessoal chegue num acordo. Já é uma crise”.
O presidente do PCO concluiu que a ofensiva imperialista não arrefeceu, mesmo com a atual crise política. Em sua avaliação, a ilusão de um mundo mais democrático após o avanço dos BRICS é desmentida pela realidade da guerra na Ucrânia: “o imperialismo não arredou o pé nem mesmo nessa situação. Você imagine se eles vão arredar o pé diante da China, da Rússia em geral”.





