Na favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, policiais militares da Rocam assassinaram o jovem Igor Oliveira de Moraes Santos, de 24 anos, durante uma ação na região, ocorrida no dia 10 de julho. Imagens de câmeras corporais mostram que Igor, rendido e desarmado, foi baleado duas vezes: primeiro agachado, com os braços erguidos, e depois ao se levantar, já ferido.
Seis tiros foram disparados contra ele, em uma execução clara, registrada por equipamentos dos próprios PMs. Dois agentes, Renato Torquatto da Cruz e Robson Noguchi de Lima, foram presos.
A ação ocorreu durante uma vistoria em casas da comunidade, quando Igor e outros jovens tentavam escapar de uma perseguição policial iniciada em uma praça. As imagens desmentem a versão de um dos PMs, que alegou em boletim de ocorrência que Igor sacou uma arma. A brutalidade do caso gerou revolta, com protestos em Paraisópolis na noite seguinte, marcados por queima de pneus e bloqueios de ruas. Uma nova operação policial resultou em outra morte e um agente ferido, evidenciando o ciclo de violência.
Longe de ser uma força de “segurança”, a Polícia Militar é um instrumento de terror da burguesia contra os trabalhadores. Assassinatos com requinte de crueldade como o de Igor é mais um exemplo da violência sistemática contra moradores de favelas, tratados como alvos descartáveis. A própria corporação admitiu a ilegalidade da ação, mas a prisão dos PMs é exceção e tampouco resolve o problema da população.
A revolta dos moradores é uma resposta legítima a essa opressão, que não será resolvida com mais violência ou discursos vazios de autoridades. A dissolução da PM e dos demais aparatos policiais é fundamental para por um fim à violência do Estado contra a população.





