Em 15 de julho de 1834, o Tribunal do Santo Ofício, conhecido como Inquisição Espanhola, foi dissolvido no reinado de Isabel II, encerrando 356 anos de repressão religiosa. Criada em 1478 pelos Reis Católicos, Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela, a instituição buscava impor a ortodoxia católica, perseguindo judeus convertidos, muçulmanos, protestantes e iluministas acusados de heresia.
A última execução ocorreu em 1826, com o professor Cayetano Ripoll, morto por garroteamento em Valência por suas ideias deístas. O fim da Inquisição marcou o declínio de uma era de intolerância e censura, que deixou marcas profundas na sociedade espanhola e em suas colônias nas Américas.
A Inquisição usava métodos brutais, como torturas, confiscos de bens e autos de fé, para manter o controle religioso. Milhares foram julgados, presos ou executados, enquanto outros enfrentaram exílio forçado. O encerramento da instituição, pressionado por ideias liberais do século XIX, representou uma vitória contra o obscurantismo, mas os reflexos de sua violência ainda ecoam na memória histórica da Espanha e de suas ex-colônias.


