De acordo com fontes diplomáticas ouvidas pela emissora libanesa Al Mayadeen, o presidente golpista da Síria, Ahmad al-Sharaa, realizou uma reunião secreta nesta quarta-feira (9) com o assessor de segurança nacional da ocupação israelense, Tzachi Hanegbi, na capital dos Emirados Árabes Unidos, Abu Dabi. O encontro de alto nível teria sido coordenado diretamente pelo presidente dos Emirados, Mohammed bin Zayed.
Segundo as fontes, tanto al-Sharaa quanto Hanegbi chegaram a Abu Dabi em voos separados, que pousaram quase ao mesmo tempo. A reunião, realizada na cidade, marca o que as fontes descreveram como “um desenvolvimento significativo” nas negociações clandestinas de normalização em andamento entre Síria e “Israel”.
Um dos principais resultados do encontro, segundo as fontes, foi uma concessão feita por al-Sharaa a respeito das Colinas de Golã sírias ocupadas por “Israel”, em troca de apoio internacional para garantir sua permanência no poder.
As negociações em andamento incluem, supostamente, a criação de três zonas desmilitarizadas no sul da Síria, abrangendo as províncias de Daraa, Quneitra e As-Suweida. Nessas zonas, haveria a retirada de armamento pesado dos quartéis militares, e quaisquer unidades do exército ou da polícia sírios operando nesses locais estariam limitadas ao uso apenas de armas leves.
A imprensa israelense também noticiou que um empresário e ativista político sírio visitou recentemente o Knesset (parlamento israelense), alegadamente levando uma mensagem de al-Sharaa expressando interesse na normalização com a ocupação israelense. O empresário teria dito que al-Sharaa acredita que a região está presenciando “oportunidades que só surgem uma vez a cada século”.
Isso ocorre poucos dias após a visita oficial de al-Sharaa aos Emirados Árabes Unidos, em 7 de julho, para se encontrar com o presidente Mohammed bin Zayed. Coincide também com a chegada do enviado dos EUA, Tom Barrack, à Síria na tarde de quarta-feira (9), após sua visita recente ao Líbano.
A Síria está exigindo a devolução de pelo menos um terço do território das Colinas do Golã ocupado por “Israel” antes do acordo de armistício de 1974, segundo uma fonte próxima ao presidente sírio Ahmad al-Sharaa, que falou à emissora i24NEWS nesta quinta-feira.
“Não existe paz gratuita”, disse uma das fontes, delineando dois cenários possíveis para um acordo político.
O primeiro cenário, segundo ele, permitiria que “Israel” mantivesse áreas estratégicas equivalentes a um terço dos Montes Golã, entregando um terço à Síria. O terço restante seria arrendado por “Israel”, com prazo de 25 anos.
De acordo com a fonte diplomática, o segundo cenário prevê que “Israel” fique com dois terços dos Montes Golã ocupados e entregue um terço à Síria, com possibilidade de arrendamento.
Nesse cenário, a cidade libanesa de Tripoli, no norte, e possivelmente outras áreas libanesas, incluindo o Vale do Beca.
A fonte afirmou que a Síria busca “reivindicar soberania” sobre Tripoli, considerada por Damasco como uma das cinco regiões desmembradas da Síria para formar o Estado libanês durante o Mandato Francês. A devolução dessas áreas, incluindo outras regiões do norte do Líbano, deveria fazer parte de um acordo abrangente.





