Oriente Próximo

PSTU e a campanha identitária contra o Irã

A política do PSTU é a mesma em todos os casos históricos: nem Hamas, nem “Israel”; nem Irã, nem EUA; nem Rússia, nem OTAN

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) publicou em seu jornal Opinião Socialista uma matéria defendendo a presença de sua militância na Parada do Orgulho LGBT com bandeiras da Palestina e do Irã. O título é sugestivo: É possível sim defender Palestina e Irã na Parada LGBT+. Mas o conteúdo inteiro é uma operação de malabarismo político: o PSTU tenta posar de anti-imperialista sem apoiar quem, de fato, enfrenta o imperialismo.

A peça gira em torno de uma tese velha e oportunista: é possível defender o povo de um país oprimido sem defender o seu regime, mesmo quando esse regime está em guerra com o inimigo imperialista. É a fórmula mágica do centrismo: ser “solidário”, mas seletivo; levantar bandeiras, mas manter distância; criticar o imperialismo, mas não se comprometer com a resistência.

O artigo afirma:

“Nossa presença na Parada do Orgulho LGBT+, levantando as bandeiras da Palestina livre e do Irã contra a agressão imperialista, não é uma contradição, mas a mais pura expressão do nosso internacionalismo de classe.”

Mas o próprio texto se apressa em esclarecer que isso não significa apoio a quem realmente luta:

“Não defendemos os regimes teocráticos do Irã ou o Hamas na Palestina.”

Aqui está o ponto mais ridículo de toda a construção. O PSTU nega apoio às únicas organizações e governos que estão, neste momento, combatendo o sionismo e o imperialismo na prática.

É uma política de sabotagem da solidariedade concreta. A esquerda revolucionária nunca separou o povo dos seus instrumentos de luta quando o inimigo é comum. Os combatentes do Hamas e os mísseis do Irã são hoje os maiores símbolos da resistência mundial ao sionismo e ao imperialismo norte-americano. Negar apoio a eles, sob qualquer pretexto, é fazer coro à campanha imperialista que quer desmoralizá-los e isolá-los.

A tentativa de justificar essa posição leva o PSTU a absurdos ainda mais grotescos. A matéria reconhece que:

“Sim, é um fato que existe a pena de morte para gays no Irã.”

Mas, em seguida, afirma:

“No mesmo Irã, paradoxalmente, há também um dos mais avançados sistemas de cirurgia de redesignação sexual para pessoas trans.”

Diante de uma agressão militar direta contra o Irã, o que o PSTU tem a dizer é que o país tem “contradições”? Que é “complexo”? Que ao mesmo tempo em que mata homossexuais, realiza cirurgias trans modernas? O artigo reduz o Irã a uma caricatura cultural, exótica e moralmente ambígua, apenas para evitar se comprometer com sua defesa concreta. É uma forma de dizer: “não queremos parecer homofóbicos se apoiarmos o Irã”. Uma posição mais preocupada com a aprovação da classe média identitária do que com a derrota do imperialismo.

A política do PSTU é a mesma em todos os casos históricos: nem Hamas, nem “Israel”; nem Irã, nem EUA; nem Rússia, nem OTAN. Em todas as guerras, o PSTU foge da frente única com os povos oprimidos. Tenta se equilibrar numa falsa neutralidade “de princípios”, que na prática só enfraquece a resistência e serve aos agressores.

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