Política internacional

Diretor da OTAN, Mark Rutte avisa: ‘prepara-te para a guerra’

Secretário-Geral do braço armado do imperialismo deixa claro que a ditadura mundial quer a guerra e fará o que for necessário para consegui-la

Começou no último dia 24 a 38ª Cúpula da OTAN, em Haia, na Holanda. Na segunda-feira (23), em seu pronunciamento antes do início das atividades, o Secretário-Geral da OTAN Mark Rutte, tratou principalmente do acordo entre os principais governos imperialistas para aumentar significativamente os investimentos militares, em evidente preparação para uma guerra de grandes proporções contra os países atrasados.

“Há um ditado da Roma Antiga: ‘Se queres a paz, prepara-te para a guerra.’

É uma ideia simples: fortaleça suas defesas tanto que ninguém ouse atacá-lo.

Hoje, a superioridade militar da OTAN está sendo desafiada agressivamente por uma Rússia que se rearma rapidamente, apoiada por tecnologia chinesa, e armada com armas do Irã e da Coreia do Norte.

Precisamos nos unir, inovar e entregar resultados. É exatamente disso que se trata este fórum.”

Ora, país algum da OTAN foi atacado pela Rússia. Lembramos que a Ucrânia não faz parte formalmente do bloco militar do imperialismo. Não se trata de uma medida defensiva, mas sim ofensiva, e os “inimigos” Rutte já apontou: Rússia, China, Irã e Coreia do Norte. Ou seja, trata-se de um amplo plano de rearmamento almejando esmagar os principais países atrasados que se levantam contra a ditadura do capital internacional.

Rutte trata, então, em linhas muito gerais da necessidade de (re)desenvolver a indústria militar dentro dos países da OTAN: a destruição econômica causada pela política neoliberal demonstrou-se um enorme fator de crise na guerra do imperialismo contra os russos na Ucrânia.

Para tanto, o projeto é que os governos europeus desembolsem até 2030 €800 bilhões . A título de comparação, a Rússia que está em guerra, e com a economia direcionada para o esforço de guerra, gastou cerca de cento e trinta bilhões de euros no ano passado; em 2020, o gasto foi inferior a cinquenta bilhões de euros.

“É impensável que a Rússia, com uma economia 25 vezes menor que a da OTAN, consiga superar nossa produção e capacidade militar. Devemos gastar mais para evitar a guerra.

Precisamos vencer esta nova guerra de produção. É disso que se trata esta Cúpula.

Os Aliados concordaram com um aumento sem precedentes em nossas metas de capacidade. Sabemos exatamente quais forças, recursos e capacidades cada Aliado deve fornecer. Isso exigirá um salto quântico em nossa defesa coletiva. Mas sei que, onde há vontade, nossas indústrias e empreendedores de classe mundial encontrarão um caminho.

Isso também exigirá decisões ousadas de nossos líderes políticos. E é o que faremos na Cúpula amanhã, com um novo Defence Investment Plan ambicioso para investir 5% do PIB em defesa.

Por “decisões ousadas”, Rutte quer dizer que será preciso passar por cima da vontade popular. Do ponto de vista retórico, pelo menos, a ideia parece ser vender aos europeus que os rearranjos orçamentários, que cortarão benefícios sociais em prol da política belicistas, serão “um motor de desenvolvimento para a nossa economia” e criarão “milhões de empregos em ambos os lados do Atlântico”.

Chegamos ao próximo ponto, um tanto natural, a política a ser levada adiante é do bloco imperialista de conjunto, de ambos os lados do Atlântico. Para tanto, é possível que o próprio regulamento de organizações como a OTAN e a UE sejam colocados de lado:

“Aprendi que a OTAN e a UE são ‘animais difíceis’ – exigem unanimidade e têm visões diversificadas. A perfeição não é possível, porque levaria tempo demais. Então, trabalhamos no espírito de agilidade: ‘o melhor é inimigo do bom’.

Por exemplo, no desenvolvimento da base industrial de defesa e inovação, ou nas operações no Cosovo (EUFOR/KFOR), vemos como OTAN e UE podem trabalhar juntas. O mesmo acontece em Quieve: nossas equipes (OTAN, UE e o comando em Wiesbaden) atuam quase como uma só.

Evitamos burocracia excessiva e focamos no prático. Sabemos que a perfeição nunca virá, porque sempre haverá Aliados ou Estados-membros que tentam frear o processo. Mas trabalhamos com os 80-90% que querem avançar. É mais eficiente do que perder tempo com os que ficam para trás.

O imperialismo quer a guerra, e fará o que for necessário para consegui-la.

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