Durante edição do programa Análise da 3ª, transmitido pela Rádio Causa Operária no YouTube, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, abordou temas centrais da conjuntura internacional e nacional, como a crise do imperialismo na Europa, os desdobramentos da guerra em Gaza e a escalada repressiva do regime político brasileiro.
Crise do regime europeu e eleições na Polônia
Pimenta iniciou sua análise comentando a recente vitória eleitoral na Polônia de um candidato que, embora apoiado pela extrema direita, não representa a ala mais reacionária do regime. Segundo ele, a eleição mostra a instabilidade do regime burguês na Europa:
“O regime político burguês está atravessando uma grande crise. Nos principais países europeus, temos apontado que a situação é dramática para os chamados democratas — ou seja, os criminosos que financiam o massacre de crianças em Gaza.”
A Polônia, destacou o dirigente, é um dos pilares da política agressiva contra a Rússia. “É o país onde estão localizados mísseis que ameaçam a Rússia”, comentou, manifestando a expectativa de que o novo presidente inicie o desmantelamento dessa estrutura belicista.
Sionismo encurralado pela Resistência Palestina
Ao tratar do impasse entre os EUA e a Resistência Palestina em torno de um possível acordo de cessar-fogo, Pimenta foi direto:
“A dificuldade central está no fato de que, da última vez que se chegou a um acordo, o governo de Netaniahu quase caiu.”
Ele explicou que a extrema direita sionista abandonou o governo por não aceitar concessões à resistência, o que revela a fragilidade do regime israelense: “é fundamental compreender que o fato de não aceitarem o acordo não é sinal de força, mas sim de fraqueza”. O presidente do PCO destacou ainda o isolamento crescente do regime sionista:
“No Brasil, inclusive, algumas figuras notórias assinaram um manifesto pedindo o rompimento das relações com ‘Israel’. […] O mérito por essa crise do imperialismo é da resistência palestina.”
Condenação de humorista e perseguição política
Sobre a condenação do humorista Léo Lins, Pimenta criticou duramente a legislação repressiva:
“Onde que tá essa lei da ‘piada preconceituosa’? […] Dizem que essas leis são pra defender as minorias, mas só criam mais repressão.”
A decisão judicial que o condena a mais de seis anos de prisão foi classificada como absurda e sintomática de um regime cada vez mais repressivo, em que “o exercício da liberdade de expressão não é absoluto nem ilimitado”, segundo o próprio juiz do caso.
Zambelli e o STF: perseguição política escancarada
Por fim, Pimenta analisou a fuga da deputada Carla Zambelli do País após condenação no Supremo Tribunal Federal (STF), denunciando o caráter político da decisão:
“A condenação dela é claramente persecutória, não tem nada de legal. […] Podemos acabar com um monte de gente exilada do País por causa do STF.”
Para ele, o que está em curso é uma tentativa de manipulação do sistema eleitoral:
“Existe um processo no TSE que anularia o diploma dela. […] Isso caracteriza uma manipulação do sistema parlamentar. É muito grave.”
O dirigente encerrou sua análise com um alerta aos setores da esquerda que apoiam a ofensiva repressiva:
“Tem gente de esquerda que ainda acredita que isso vai dar um bom resultado, mas não vai dar. Não vai.”
