Índios kaingang armados enfrentaram invasores na Terra Indígena Nonoai, no Rio Grande do Sul, em confrontos que mataram Alisson da Silva, filho do prefeito de Planalto, Antônio Dágostin, na última segunda-feira (24). O conflito, com fuzis e coquetéis molotov, incendiou 25 casas e intensificou a disputa por terras contra fazendeiros.
Homologada em 1984, a Terra Indígena Nonoai sofre invasões de fazendeiros que reivindicam áreas para agricultura. Desde 2018, os conflitos deixaram 12 índios mortos e 45 casas destruídas, segundo o Conselho Indigenista Missionário.
O cacique kaingang Valdir Gomes declarou: “estamos lutando pela nossa sobrevivência”. Alisson da Silva, 27 anos, foi baleado em uma tentativa de invasão. O prefeito Dágostin acusou os índios de “ataque premeditado”. Os kaingang afirmam agir em legítima defesa.
A Funai enviou reforços de segurança, mas a tensão continua. O Brasil teve 208 conflitos por terras indígenas em 2024, segundo o Cimi. A Constituição de 1988 assegura o direito às terras tradicionais, mas a falta de fiscalização e o avanço do agronegócio geram violência. Os índios de Nonoai exigem proteção do governo federal.


