Policiais militares acusados de matar o adolescente Mizael Fernandes da Silva, de 13 anos, enquanto ele dormia, enfrentarão júri popular. O Tribunal de Justiça do Ceará decidiu na última quinta-feira (27). O crime ocorreu em 25 de junho de 2020, no bairro Vila Manoel Sátiro, em Fortaleza, durante uma operação policial. Mizael levou um tiro na cabeça enquanto estava na cama.
O Ministério Público do Ceará denunciou os PMs por invadirem a casa sem mandado judicial, sob pretexto de buscar traficantes. Testemunhas dizem que os policiais atiraram sem razão. Mãe do menino Mizael, Maria de Fátima da Silva relatou: “eles entraram atirando, meu filho estava dormindo e não tinha chance de reagir”. Laudos periciais confirmam que o disparo veio de arma dos policiais, derrubando a versão de confronto.
O caso gerou revolta em Fortaleza, com protestos de moradores. O líder comunitário Izaías Santos, de Fortaleza, afirmou: “a polícia não protege, ela mata nossos jovens”. A Anistia Internacional Brasil denunciou a violência policial contra jovens negros. Em 2024, o Brasil teve 6.143 mortes por ações policiais, 82% contra negros, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A Polícia Militar atua como força de repressão contra pobres e negros, como mostra o caso de Mizael. A extinção da PM e o direito à autodefesa armada são fundamentais para que os trabalhadores e a população negra de conjunto consigam superar o massacre em curso e ponha um fim a crimes como esse.





