Na última quinta-feira (15), um vídeo gravado no centro de Florianópolis, em Santa Catarina, expôs policiais militares abordando com uma violência desmedida contra mendigos durante uma chuva intensa. Publicadas no X, as imagens mostram agentes queimando os pertences dos indigentes e ordenando que abandonassem uma marquise onde buscavam abrigo.
A ação, realizada à vista de todos, provocou revolta entre testemunhas, que denunciaram a brutalidade contra mendigos. O caso gerou indignação nas redes sociais, com relatos de pedestres que presenciaram a cena.
A Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina informou, por meio de nota oficial, que a Polícia Militar abriu uma investigação interna para apurar a conduta dos agentes envolvidos. A pasta declarou que “repudia qualquer ação que desrespeite a dignidade humana” e que os policiais podem enfrentar sanções administrativas, caso sejam confirmadas irregularidades.
Até o fechamento desta edição, nenhuma outra autoridade estadual, como o governador Carlos Moisés, havia emitido pronunciamento oficial sobre o episódio. Segundo dados do Observatório de Segurança Pública de Santa Catarina, em 2024, Florianópolis registrou 132 denúncias de abuso policial, sendo 20 casos — ou cerca de 15% — contra mendigos, o que aponta para um padrão recorrente de violência contra esse grupo.
Amplamente compartilhado no X, o vídeo mostra a dureza enfrentada pela população indigente, que, segundo estimativas da prefeitura de Florianópolis, chega a cerca de 1,2 mil pessoas na capital, pelo menos. A Defensoria Pública de Santa Catarina informou que está acompanhando o caso e poderá acionar medidas judiciais para garantir os direitos dos atingidos.
Organizações como o Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR) também se manifestaram, exigindo providências imediatas. A violência policial reforça a necessidade de extinguir a polícia e garantir à população o direito à autodefesa armada, para proteger suas vidas e dignidade frente a abusos institucionais.
