Pará

Índios Mundukuru ocupam BR-230 por reunião com Gilmar Mendes

Os Mundukuru habitam a Terra Indígena Sawré Muybu e há anos lutam pela demarcação de seu território

Os índios Mundukuru, reunidos no Movimento Mundukuru Ipereğ Ayũ, ocupam desde a última quarta-feira (26) a rodovia BR-230, na região de Itaituba, no Pará, exigindo uma audiência urgente com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Formado por caciques, lideranças, guerreiros e crianças, o grupo protesta pacificamente contra a falta de consulta prévia na criação da Câmara de Conciliação, coordenada por Mendes, e o avanço do Marco Temporal, que ameaça suas terras. A ação, que completa sete dias nesta quarta-feira (2), enfrenta hostilidade de caminhoneiros, com relatos de agressões e ameaças.

A ocupação começou como resposta à política do STF e do agronegócio, que os índios consideram uma violação de seus direitos assegurados pela Constituição Federal. Segundo comunicado do movimento, os manifestantes sofreram ataques com pedras, disparos de arma de fogo e manobras perigosas de veículos.

Eles responsabilizam o Supremo por qualquer dano que sofram destacando que a Câmara de Conciliação ignora a necessidade de diálogo com os índios, como prevê a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Brasil. O Marco Temporal, defendido por ruralistas, limita a demarcação de terras àquelas ocupadas em 5 de outubro de 1988.

Os Mundukuru afirmam que a rodovia seguirá bloqueada até que Gilmar Mendes os receba. “Nosso movimento é pacífico, porém temos sofrido repetidos ataques e ameaças de caminhoneiros, incluindo xingamentos, arremesso de pedras, disparos e manobras violentas com veículos”, diz a nota do grupo. Eles também rejeitam as agressões que põem em risco suas vidas e reforçam que o STF será culpado por eventuais consequências. A Polícia Rodoviária Federal monitora a área, mas não há registro de intervenção para conter os conflitos com motoristas.

A região de Itaituba é palco de tensões históricas entre índios e interesses econômicos. Dados da Comissão Pastoral da Terra mostram que, em 2023, o Pará liderou os conflitos por terra no Brasil, com 47% dos casos nacionais. A BR-230, conhecida como Transamazônica, é vital para o escoamento de grãos e madeira, o que explica a resistência de caminhoneiros. Os Mundukuru, que habitam a Terra Indígena Sawré Muybu, lutam há anos pela demarcação, paralisada desde 2016 por pressão do agronegócio e do governo federal.

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