Estudantes secundaristas realizaram mais um protesto na manhã da última segunda-feira (31) no Recife, cobrando o governo pernambucano de Raquel Lyra (PSD) por melhorias na infraestrutura escolar, a entrega de kits escolares, uniformes e melhores condições da merenda servida nas instituições de ensino. A manifestação ocorreu em frente à Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Augusto Severo, localizada no bairro de Boa Viagem, na zona sul da capital.
Os alunos reclamam do calor nas salas de aula, da falta de equipamentos básicos e de problemas estruturais como infiltrações e alagamentos em períodos de chuva. Durante o ato, professores e familiares também estiveram presentes, apoiando as reivindicações. A Erem Augusto Severo se destaca pelo bom desempenho nas avaliações estaduais, o que não impediu que os estudantes denunciassem as dificuldades enfrentadas no dia a dia.
A vice-presidenta do Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Pernambuco (SINTEPE), Cíntia Sales, participou do ato e ressaltou a importância da mobilização: “Estudantes e professores merecem uma escola pública de qualidade. Só quem sente na pele as dificuldades do dia a dia pode reivindicar mudanças”. Ela acrescentou que a manifestação é uma forma de colocar em prática o que se aprende em sala de aula.
As manifestações contra as condições da rede estadual de ensino têm sido recorrentes. Na última sexta-feira (28), estudantes protestaram em frente à Secretaria Estadual de Educação (SEE). No dia anterior, alunos de escolas públicas em Jaboatão dos Guararapes e Igarassu trancaram vias para chamar atenção às suas demandas. No dia 13 de março, instituições na Várzea, Recife, e em Lagoa Grande, no Sertão, também registraram paralisações devido a protestos.
A principal pauta das manifestações tem sido a climatização das salas de aula. Alunos relatam dificuldades para acompanhar as atividades escolares devido às altas temperaturas, agravadas pela falta de ventilação adequada. Outra queixa recorrente é a merenda escolar, que, segundo os estudantes, tem qualidade insatisfatória e, em algumas unidades, chega a faltar.
A distribuição de kits escolares também está no centro das críticas. Segundo os manifestantes, muitos alunos ainda não receberam os materiais básicos para acompanhar as aulas, como cadernos, lápis e canetas. Os uniformes, que fazem parte do kit escolar, também não foram entregues a todos os estudantes.
Em resposta, a SEE escusou-se da responsabilidade pelo caso, atribuindo a entrega dos kits escolares à “disponibilidade dos fornecedores”. Até o momento, apenas 106.217 estudantes foram contemplados, o que corresponde a 19,4% dos matriculados na rede estadual. A mobilização estudantil tem pressionado o governo estadual a acelerar as soluções para os problemas denunciados.




