Líbano

Bombardeio sionista assassinou comandante do Hesbolá e seu filho

Em resposta ao assassinato de Hajj Rabih e de seu filho, o Hesbolá convocou uma grande procissão fúnebre para esta quarta-feira (2) em Beirute

A mais recente investida criminosa do Estado de ‘Israel’ contra o Líbano resultou na morte de quatro civis, incluindo o comandante do Hesbolá, Hajj Rabih (Hassan Ali Bdeir), e seu filho, Ali. O ataque aéreo, realizado na madrugada de terça-feira (1º), teve como alvo um edifício residencial na região sul de Beirute, durante as celebrações do Eid al-Fitr. Outras seis pessoas ficaram feridas, uma delas em estado crítico.

A agressão, que marca a segunda violação do cessar-fogo em menos de uma semana, motivou uma onda de repúdio de diversas autoridades libanesas e organizações da resistência. O Parlamento do Líbano, liderado por Nabih Berri, classificou o ataque como uma “agressão traiçoeira” que ultrapassa as mais de 2 mil violações do cessar-fogo já cometidas por ‘Israel’. Segundo Berri, trata-se de um atentado direto contra a soberania libanesa e contra o próprio acordo patrocinado pela ONU (Resolução 1701).

Berri ainda denunciou que a investida sionista representa uma tentativa de assassinar o acordo internacional “com fogo, sangue e destruição” e criticou o silêncio das potências que se colocam como garantidoras da paz. O presidente libanês, Joseph Aoun, reforçou o alerta, qualificando o ataque como um “sinal claro das intenções premeditadas contra o Líbano”, e o premiê Nawaf Salam o considerou uma “violação flagrante” da soberania nacional.

O parlamentar Ibrahim al-Moussawi, do bloco da Resistência, afirmou que a situação chegou “a outro nível” e responsabilizou diretamente os Estados Unidos e a comunidade internacional pelas ações de “Israel”. “Não se pode mais tolerar o que está acontecendo. O mundo inteiro está vendo crianças sendo massacradas em seus lares”, declarou.

Por sua vez, o deputado Ali Ammar declarou à emissora libanesa Al Mayadeen que “a Resistência está no auge de sua força e plenamente preparada”, destacando que “a única linguagem que funciona contra o inimigo é a da resistência e da firmeza”.

Diante da escalada, o Exército libanês vem sendo pressionado pelas provocações militares no sul do país. Enquanto desmontava barreiras erguidas ilegalmente pelas tropas sionistas na região de Tallat al-Mahafir, próximo ao posto de Misgav Am, soldados libaneses foram forçados a recuar diante de uma patrulha israelense que se aproximou da linha de fronteira.

Organizações da resistência palestina também se pronunciaram. Em nota, a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) condenou “nos termos mais duros” a “covarde agressão sionista” contra Beirute. O texto denuncia a participação ativa do imperialismo norte-americano no ataque e afirma que “estes crimes não alcançarão seus objetivos”. A FPLP reafirma sua solidariedade ao povo e à resistência libanesa e assegura que “o inimigo está enganado se pensa que a resistência é fraca”. Leia a nota na íntegra:

“A Frente Popular para a Libertação da Palestina condena nos termos mais duros a brutal agressão sionista contra o subúrbio sul de Beirute.

A Frente Popular para a Libertação da Palestina condenou nos termos mais duros a covarde agressão sionista que teve como alvo o subúrbio sul da capital libanesa, Beirute, resultando no martírio de três pessoas e diversos feridos, segundo um balanço preliminar.

Em comunicado divulgado na noite de terça-feira, a FPLP afirmou que essa agressão criminosa, realizada com plena parceria dos Estados Unidos, insere-se nas políticas agressivas em curso da entidade sionista, que busca expandir o derramamento de sangue e atacar civis inocentes numa tentativa desesperada de escapar de suas crises internas cada vez mais graves.

A FPLP declarou que esse ataque flagrante confirma mais uma vez o caráter criminoso do inimigo sionista, liderado pelo criminoso de guerra Netaniahu, que está empurrando a região para uma escalada ainda maior na tentativa de salvar seu futuro político em ruínas.

A FPLP destacou que esses crimes não alcançarão seus objetivos, e que o ocupante e seus agentes estão enganados se acreditam que a resistência está fraca — ela continuará atuando por todos os meios legítimos para proteger seu povo e enfrentar a agressão. Ao final de seu comunicado, a Frente reafirmou sua total solidariedade com o povo irmão libanês e sua valente resistência, e sua confiança de que o Líbano, com seu povo firme e sua resistência corajosa, é capaz de frustrar os planos do inimigo e responder aos seus crimes.”

A Jiade Islâmica na Palestina também divulgou uma nota oficial, denunciando a ação como uma “violação flagrante” do cessar-fogo e parte de um plano mais amplo para desestabilizar a região e impor os interesses do sionismo e dos Estados Unidos. A organização afirma que o ataque é mais um elo na cadeia de agressões contra os povos da Palestina, do Líbano, da Síria, do Iêmen e contra a República Islâmica do Irã:

“Em nome de Alá, o mais gracioso, o mais misericordioso.

A agressão brutal lançada pelo inimigo sionista contra os subúrbios do sul de Beirute, na madrugada de hoje, constitui uma violação flagrante do acordo de cessar-fogo e uma tentativa de desestabilizar o Líbano e embaralhar as cartas para servir à sua agenda agressiva. Ela também se insere no contexto dos seus esforços para impor suas condições ao povo libanês sob o pretexto da escalada e da tensão.

Essa agressão, que conta com apoio claro da administração dos EUA, faz parte de um plano mais amplo para redesenhar o mapa da região a fim de servir aos interesses da entidade sionista e dos Estados Unidos, às custas da segurança e da estabilidade dos nossos povos. É uma continuação de uma série de ataques em curso contra a Palestina, a Síria e o Iêmen, bem como das ameaças contínuas contra a República Islâmica do Irã.

Ao mesmo tempo em que condenamos esse crime hediondo e o terror contra civis, afirmamos nosso total apoio ao povo libanês e à sua valente resistência na luta contra todas as tentativas do inimigo de minar sua segurança e soberania.

Movimento da Jiade Islâmica na Palestina

Terça-feira, 3 de Shawwal de 1446 H, 1º de abril de 2025”

Em resposta ao assassinato de Hajj Rabih e de seu filho, o Hesbolá convocou uma grande procissão fúnebre para esta quarta-feira (2) em Beirute, com a presença esperada de milhares de apoiadores. A ação demonstra que, apesar das perdas, a resistência permanece firme diante da política genocida do sionismo.

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