Em entrevista à TV247, o presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, teceu duras críticas à condenação de Jair Bolsonaro, afirmando que a medida não tem relação com democracia, mas sim com as eleições de 2026. Segundo ele, a burguesia já estabeleceu um plano estratégico para remover Bolsonaro da disputa eleitoral, desgastar a popularidade do governo Lula e emplacar um novo candidato, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Para Pimenta, quem apoia a condenação do ex-presidente está, na prática, contribuindo para a eventual eleição de um representante da direita neoliberal. “Se esse plano der certo, será a pior coisa que já aconteceu no Brasil. Será um governo FHC 2.0, e aí veremos a destruição do país — não da democracia, mas do próprio país”, afirmou.
Ainda durante a entrevista, o dirigente do PCO criticou duramente a postura da esquerda brasileira diante da situação, classificando como “o pior papel que já fez desde a época da ditadura”. Pimenta afirmou que, embora a esquerda tenha cometido diversos erros históricos, essa postura é a mais desastrosa, pois “está atirando no que viu e vai acertar no que não viu”.
PCO sempre alertou para os ataques da direita
Rui Costa Pimenta aproveitou para relembrar os alertas dados pelo PCO sobre o avanço da direita em momentos decisivos da política nacional. Segundo ele, o Partido sempre se posicionou contra os julgamentos políticos promovidos pela burguesia, como foi o caso do Mensalão e da Lava Jato.
“No julgamento do mensalão, fomos criticados por denunciar que a campanha contra a corrupção era uma farsa para prender lideranças de esquerda. A história provou que estávamos certos, pois aquilo serviu de base para o golpe de 2016. Na Lava Jato, defendemos Lula publicamente, mesmo com todas as divergências que temos com ele, pois reconhecíamos o caráter fraudulento da operação”, destacou.
Pimenta ressaltou que o PCO foi um dos poucos partidos a realizar atos públicos e campanhas em defesa de Lula na época em que o ex-presidente estava preso. “Naquela época, ninguém queria defender o Lula. Hoje, muitos que nos criticavam reconhecem a armadilha que foi montada pela direita e pelo imperialismo”, afirmou.
Perseguição contra Bolsonaro não é democrática
Outro ponto abordado por Rui Costa Pimenta foi a ideia de que o fato de Bolsonaro ser de extrema direita impediria sua perseguição política. O dirigente do PCO rejeitou essa premissa e comparou a situação com exemplos históricos de perseguições promovidas em nome da democracia.
“Não acho que Bolsonaro seja nenhum anjo, e fomos os primeiros a levantar a palavra de ordem ‘Fora Bolsonaro’, entre o primeiro e o segundo turno de 2018. Mas o fato de ele ser de extrema-direita não impede que ele seja perseguido politicamente. As forças mais poderosas do mundo falam em democracia enquanto promovem invasões e golpes, como vimos no Iraque”, argumentou.
Por fim, Pimenta fez questão de destacar a figura de Alexandre de Moraes, a quem chamou de “repressor, direitista e golpista”, lembrando sua ligação com o PSDB e o governo golpista de Michel Temer. “Esse cara, na minha opinião, é pior do que o Bolsonaro”, sentenciou.





