O Ministério das Relações Internacionais publicou nota oficial na última terça-feira (18), na qual aponta que “onze brasileiros residentes no Estado da Palestina seguem presos em Israel, a maioria dos quais sem terem sido formalmente acusados ou julgados, em clara violação ao Direito Internacional Humanitário”. O mote para a nota foi a morte do cidadão brasileiro Walid Khalid Abdalla Ahmad, de 17 anos de idade, na prisão de Megido. Residente da Cisjordânia, que o Brasil reconhece como território do “Estado da Palestina”, Ahmad foi preso no final de setembro de 2024. Nem as circunstâncias e nem a data do óbito haviam sido esclarecidas. A nota exige de ‘Israel’ uma rápida investigação e que tenha suas conclusões tornadas públicas.
Um menor de idade com cidadania brasileira foi preso e morto na prisão sem qualquer formalidade pela ocupação sionista, o tratamento padrão para os palestinos sob a ocupação sionista. O embaixador israelense no Brasil foi chamado pelo Itamaraty, mas disse que não tinha informações sobre o fato. Já o embaixador brasileiro em “Israel” foi esculachado no ano passado após Lula ter comparado o assassinato de palestinos na Faixa de Gaza ao assassinato de judeus pela Alemanha nazista. O próprio Lula foi declarado “persona non grata” pelo governo sionista. Até hoje, o Brasil segue sem embaixador em “Israel” após o episódio de constrangimento sofrido pelo anterior.
O que num país independente resultaria numa ruptura diplomática, resulta numa simples nota. É muito pouco para um país da importância do Brasil. Verdade seja dita, essa ruptura já seria plenamente justificada desde o início da mais recente operação genocida de “Israel” e inclusive antes disso. Manter relações diplomáticas com uma ocupação militar que viola sistematicamente os direitos democráticos do povo que vive na Palestina é uma forma de compactuar com seus crimes. A Palestinian Prisoners Society (PPS) e a Comissão de Assuntos de Detentos e Ex-Detentos Palestinos apontam que 9.500 palestinos são mantidos reféns nas prisões israelenses, incluindo 350 crianças, 21 mulheres e 3.405 detidos sem direito a julgamento. Uma ditadura apoiada pelo imperialismo.
Desde o início da atual guerra genocida são agora 300 o número de palestinos assassinados sob custódia israelense. Esse é o tratamento que os reféns dos sionistas recebem. Na última semana, mais centenas de assassinados pelos bombardeios criminosos contra alvos civis. E “Israel” é tratado pela imprensa burguesa e pelos governos imperialistas como uma “democracia”, o que mostra que essa palavra não vale mais nada. As “democracias” apoiam essa barbárie, apoiam os crimes de guerra, a tortura.
Agora, quando se trata do assassinato de um cidadão brasileiro sob custódia do governo da ocupação sionista, não é possível admitir a passividade. O recado à população é claro, as relações diplomáticas do País não valem nada, você está por conta própria mesmo num país que mantém relações com o Brasil. É urgente a necessidade de romper relações com “Israel”, mesmo que de forma tardia. A ocupação sionista não oferece o mesmo tratamento aos brasileiros que os israelenses recebem por aqui, é desmoralizante para o país e para o governo Lula. Existem situações onde se faz preciso ao menos um pingo de energia na política.





