Rádio Causa Operária

‘Tribunal de exceção’, diz Pimenta sobre julgamento de Bolsonaro

Confira alguns destaques da última edição do programa Análise da 3ª, transmitido pela Rádio Causa Operária

No programa Análise da 3ª, transmitido pela Rádio Causa Operária no YouTube, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, fez duras críticas à política de privatização no Brasil e às recentes condenações relacionadas ao 8 de janeiro.

O fracasso da privatização da Eletropaulo

Rui Costa Pimenta destacou o fracasso da política de privatização da Eletropaulo, que enfrenta problemas na tentativa de renovação de sua concessão. Para ele, a situação confirma que a privatização só se sustenta mediante o sacrifício dos interesses populares.

“Essas empresas privatizadas só conseguem ter lucro sacrificando de forma brutal os interesses da população. Os preços são quase em dólar, altíssimos, e a população paga uma conta exorbitante”, afirmou Pimenta. Ele destacou ainda que as empresas não investem adequadamente nem contratam pessoal, o que resulta em serviços precários e tarifas abusivas.

Ainda que defenda o cancelamento da concessão, Rui criticou a perspectiva de entregar a gestão a outra empresa privada, o que resultaria na repetição dos mesmos problemas.

“Se cancelarem, vão colocar nas mãos de outro tubarão, e vai levar um tempo até a população se revoltar novamente com a situação”, analisou.

Tribunal de exceção e repressão estatal

O dirigente também condenou as recentes condenações de manifestantes envolvidos nos atos do 8 de janeiro, denunciando a postura autoritária do Judiciário brasileiro. Rui afirmou que as penas, como a condenação de uma mulher a 14 anos de prisão, são fruto de um processo ilegal e criminoso.

“Os crimes todos foram inventados para dar 14 anos de cadeia para essa mulher, quando, na verdade, a única coisa que ela fez foi participar de uma manifestação política e pichar uma estátua com batom”, denunciou.

Rui destacou que o julgamento tem caráter político e é conduzido por um tribunal de exceção, cujo objetivo é reprimir os direitos democráticos, utilizando o aparato jurídico para intimidar e punir opositores.

Além disso, Pimenta criticou o papel do Supremo Tribunal Federal (STF), apontando que seus julgamentos geralmente favorecem interesses dos grandes monopólios e banqueiros, em vez de garantir os direitos da classe trabalhadora.

Perigos da repressão indiscriminada

Sobre o possível julgamento de Jair Bolsonaro, Rui alertou que o endurecimento das penas contra manifestantes pode abrir precedentes perigosos para qualquer cidadão. Ele questionou o entusiasmo de setores que apoiam tais julgamentos, alertando que a repressão estatal pode alcançar setores populares no futuro.

“As pessoas que defendem isso têm que rezar se elas são religiosas, para que eles não caiam na mão desses juízes, porque eles podem ser colocados na cadeia por um longo período por um crime que eles não cometeram”, alertou Rui.

Ele também criticou a figura de Alexandre de Moraes, apontando que “o mito de que o Alexandre Moraes é um defensor da democracia […] não é verdade”. Para Rui, a maioria das decisões do STF são “julgados contra o povo brasileiro” e “eles destruíram direitos trabalhistas adquiridos”.

“Você pode cair na mão de um juiz e o juiz, porque não foi com a sua cara, usar esses recursos que estão em pauta”, enfatizou, destacando que o endurecimento das medidas punitivas pode ser usado para perseguir opositores políticos, independentemente de suas convicções.

Pimenta ainda alertou sobre o caráter autoritário do julgamento contra Bolsonaro e seus apoiadores:

“O julgamento é monstruoso. Eles meio que assim estão determinados a pisar em todos os preceitos de direito dos acusados aí para condenar o pessoal. É um tribunal de exceção e é um tribunal político”, afirmou Rui.

O presidente do PCO concluiu que o fortalecimento do poder estatal para reprimir manifestações e opositores políticos é um risco para todos os setores da sociedade. Para ele, é essencial denunciar o caráter autoritário das decisões judiciais e defender os direitos democráticos e de livre manifestação.

Gostou do artigo? Faça uma doação!