Caso Marina Silva

Criticar os inimigos do Brasil virou ‘misoginia’

Colunista do Poder 360 pede "punições exemplares" por "misoginia" e sai em defesa de Marina Silva, conhecida por sabotar o desenvolvimento brasileiro em prol do imperialismo

No dia 23 de março, foi publicada no portal Poder360 uma coluna de autoria de Raissa Rossiter intitulada Misoginia não é brincadeira, na qual a colunista comenta sobre a fala do senador Plínio Valério (PSDB-AM) em relação à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em que Valério disse: “imagine o que é tolerar a Marina 6 horas e 10 minutos sem enforcá-la”.

Durante todo o texto, Raissa repete à exaustão que a “misoginia” não é brincadeira, fala sobre racismo e sobre a suposta competência de Marina Silva, que, em sua visão, seria a “maior referência global” no que diz respeito à defesa do meio ambiente, além de rasgar elogios a outras mulheres da política nacional, como Carmem Lúcia e Nísia Trindade.

Segundo Raissa, falas como a de Plínio Valério deveriam ser punidas de forma exemplar, o que já demonstra que não se trata de uma preocupação de alguém de esquerda, já que quem pede punições exemplares, que nada mais é do que mais opressão contra a população por meio da polícia e do judiciário, é somente a direita.

É preciso, em primeiro lugar, explicar o óbvio: Valério não ameaçou Marina Silva. Gostando ou não, rindo ou não, Plínio Valério fez uma piada comum no cotidiano do Brasil, principalmente por Marina Silva se tratar de uma figura da política nacional, uma pessoa que está no governo do Brasil. É impossível acabar com piadas contra o governo e contra políticos, em qualquer lugar do mundo.

Também é preciso lembrar que “misoginia” é, como define o dicionário Michaelis, “antipatia ou aversão mórbida às mulheres”. Ora, em nenhum momento o que foi dito se refere ao fato de Marina Silva ser mulher. A piada leva em consideração a atuação política de Marina Silva.

É natural que Raissa Rossiter diga coisas assim, pois, dando uma olhada em suas publicações se chega à conclusão de que a colunista não sabe o significado da palavra “democracia”. Em uma de suas colunas, defende a Lei da ficha limpa, lei que impede pessoas de se candidatarem por terem sido condenadas na justiça, ou seja, que retira o direito do cidadão de votar em quem quiser, pois, somente candidatos chancelados pelo judiciário, que não é eleito, podem concorrer.

Raissa também foi Subsecretária de Políticas para Mulheres do Distrito Federal na época em que o governador era Rodrigo Rollemberg, conhecido por se colocar contra os trabalhadores do DF, principalmente professores e bancários, o que a impede de se colocar como sendo uma pessoa de esquerda. Além disso, Raissa era do PSB durante o golpe de 2016, período não só que toda a direita escrachou a figura de Dilma Rousseff, como seu partido orientou o voto a favor do impeachment que derrubou a primeira mulher presidente do Brasil. O golpe, no entanto, não foi misógino o suficiente para que Raissa saísse do partido ou do governo de Rollemberg, que também era do PSB.

A questão da “misoginia” no caso de Marina Silva é somente uma cobertura para que a ministra não seja criticada, isso quando ela é a principal figura contra a exploração do petróleo no Brasil, o que desenvolveria o país e abriria caminho para que toda a população brasileira, que hoje vive na miséria, pudesse ter uma vida melhor.

Isso não é levado em conta, mesmo com metade dessa população sendo composta por mulheres. Ou seja, piadas não podem ser feitas, mas o desenvolvimento nacional que melhoraria a vida de todas as mulheres do país também não.

A luta contra o desenvolvimento brasileiro por parte de Marina Silva se dá em benefício do imperialismo, não só o norte-americano, mas também dos países da Europa Ocidental e o Japão. Ou seja, Marina Silva não deve ser criticada pois, caso isso ocorra, sua política entreguista ficaria em evidência e os planos de outros países para o Brasil estariam em risco.

A luta real da mulher passa pelo desenvolvimento do país. A construção  de creches e escolas, por exemplo, dariam à mulher brasileira mais condições de trabalho e permitiriam que ela se desenvolvesse melhor em relação a sua intelectualidade, por exemplo.

No entanto, a direita e a esquerda que abraçou o identitarismo pregam não por melhores condições de vida para as mulheres, mas por punições contra os homens, o que divide os trabalhadores e enfraquecem, inclusive, a luta real das mulheres. A única beneficiária desse tipo de política é a burguesia imperialista.

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