'Israel'

Netaniahu assassina 426 palestinos e reaproxima extrema direita

Entidade sionista decidiu romper unilateralmente com acordo de cessar-fogo

No meio da tarde dessa terça-feira (18), o número de palestinos assassinados pelo Estado terrorista de “Israel” na Faixa de Gaza em apenas 24 horas já havia chegado a um total de 426. A maioria, uma vez mais, é composta por crianças e mulheres. Além dos mortos, outros 600 palestinos se encontram feridos, muitos deles em condições bastante críticas.

Ramy Abdu, presidente do Monitor de Direitos Humanos Euro-Mediterrâneo, perdeu sua irmã e toda a sua família depois que sua casa foi bombardeada na Cidade de Gaza, no norte da Faixa de Gaza. Ele afirmou que Nesreen, seu filho e filhas, Ubaida, Omar e Lian, foram todos mortos, juntamente com a esposa de Ubaida, Malak, e seus pequenos filhos, Siwar e Mohammed.

A família havia sobrevivido a muitos ataques aéreos israelenses ao longo dos anos e teve sua casa e todo o bairro destruídos por bombas de “Israel” anteriormente na guerra.

“‘Israel’ pode nos matar à vontade, nos queimar vivos e nos dilacerar, mas nunca conseguirá nos arrancar de nossa terra”, escreveu Abdu em sua conta no X. Também na Cidade de Gaza, imagens transmitidas por palestinos no Instagram e verificadas pela Al Jazeera mostraram cenas de pessoas feridas no chão após um ataque israelense atingir um grupo perto do Hospital Infantil Al-Rantisi.

Cerca de meia hora após a morte da família de Abdu no norte, uma médica palestina e sua família foram assassinadas no sul. A Dra. Majda Abu Aker, especialista em obstetrícia e ginecologia em uma clínica da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) em Rafá, e mais de uma dezena de outras pessoas foram massacradas por um ataque aéreo israelense contra sua casa no bairro de Al-Jenaina, em Rafá.

Pelo menos 10 dos palestinos assassinados eram membros da mesma família, incluindo várias mulheres e crianças. A vítima mais jovem era uma recém-nascida de apenas três dias.

Outras 15 pessoas, a maioria da família Barhoum, foram identificadas entre os mortos em Al-Mawasi, em Khan Iunis. A cidade, localizada no sul da Faixa de Gaza, foi a mais brutalmente atingida pelos bombardeios, com mais de 333 assassinados e desaparecidos. A alta letalidade em Khan Iunis se deu por causa das tendas de deslocados, que pegaram fogo após o contato com as bombas,

A área havia sido designada como uma suposta “zona humanitária” pelo exército israelense durante a guerra, mas isso não impediu que aviões de guerra israelenses atacassem Al-Mawasi repetidamente.

Perto dali, na cidade de Abasan, a leste de Khan Iunis, uma família de seis pessoas foi assassinada enquanto tentava fugir das bombas israelenses. Seu veículo foi atingido diretamente e destruído por um ataque aéreo, matando todas as seis pessoas.

Também em Khan Iunis, outra família ficou enlutada e devastada após a morte de duas crianças pequenas pelos bombardeios israelenses. Heba al-Hindi, tia das crianças, anunciou a notícia no Facebook:

“Queridas crianças, que Deus tenha misericórdia de vocês e dê paciência à sua mãe e ao seu pai”, escreveu ela, lamentando Bisan e seu irmão Ayman.

Um vídeo de Khan Iunis mostrou uma mulher palestina desabando em lágrimas ao se despedir de seus filhos e marido.

“Meus filhos morreram de fome, juro por Deus que não encontraram comida para o suhoor. Minha filha morreu jejuando, sem suhoor”, disse a mulher, referindo-se à refeição antes do amanhecer durante o mês sagrado do Ramadã.

Em Jabalia, no norte, famílias tiveram que procurar por horas para encontrar os restos mortais de um ente querido brutalmente assassinado pelo impacto devastador de uma bomba israelense.

O exército de “Israel” assassinou pelo menos 48.577 palestinos e feriu 112.041 outros desde o início da guerra. Milhares estão desaparecidos ou sob os escombros, presumivelmente mortos, elevando o número total de mortos para mais de 61.000.

Governo israelense escancara mais uma vez o seu fascismo

Em pronunciamento televisionado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netaniahu, que admitiu publicamente que ordenou os ataques à Faixa de Gaza, afirmou que futuras negociações de cessar-fogo “só acontecerão sob fogo”. Ele alertou que os crimes de guerra que resultaram em mais de 400 mortos “é apenas o começo”.

“Hamas já sentiu o peso de nossa força nas últimas 24 horas, e quero assegurar a vocês – e a eles – que isso é apenas o começo”, disse o premiê israelense. “Continuaremos lutando para alcançar todos os objetivos da guerra – a libertação de todos os nossos reféns, a eliminação do Hamas e a garantia de que Gaza não representará mais uma ameaça para ‘Israel’”.

As negociações sobre a segunda fase do acordo de cessar-fogo entre “Israel” e o Hamas, que prevê a libertação de cerca de 60 prisioneiros restantes do Hamas e o estabelecimento de um cessar-fogo permanente, estão em impasse devido à insistência de “Israel” em estender a primeira fase até meados de abril, em uma clara sabotagem ao que o próprio governo Netaniahu se comprometeu a fazer.

Na semana passada, “Israel” rejeitou uma oferta do Hamas para libertar um prisioneiro com dupla cidadania norte-americana-israelense e entregar os corpos de quatro prisioneiros mortos, em troca do início da segunda fase das negociações e do fim do bloqueio israelense imposto no início deste mês.

O Hamas libertou cerca de três dezenas de prisioneiros em troca de quase 2.000 reféns palestinos desde o início do cessar-fogo, que estava em suspenso desde 1º de março, quando expirou a primeira fase, que durou seis semanas.

Antes do ataque israelense, o enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, aliado do presidente Donald Trump, vinha promovendo uma proposta de “ponte” para estender o cessar-fogo além do Ramadã e da Páscoa judaica.

Em meio ao retorno da guerra genocida contra o povo palestino, o ex-ministro da Segurança Nacional de “Israel”, Itamar Ben-Gvir, que deixou o governo após “Israel” ter aceitado o cessar-fogo em Gaza, retornará à coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netaniahu. O partido de Ben-Gvir, Otzma Yehudit (Poder Judeu), e o partido Likud, de Netaniahu, anunciaram o retorno na terça-feira, poucas horas depois de “Israel” lançar seus ataques mais mortais contra Gaza desde o cessar-fogo de janeiro.

“O Likud e o Otzma Yehudit concordaram que a facção Otzma Yehudit retornará ao governo israelense hoje, e os ministros do Otzma Yehudit retornarão ao governo”, afirmaram os partidos em um comunicado conjunto.

Nas semanas anteriores, quando “Israel” insistia em sabotar o acordo de cessar-fogo, a própria imprensa israelense já havia denunciado que a extrema direita estava pressionando Netaniahu a retomar a guerra. O retorno de Ben-Gvir, uma das principais lideranças de extrema direita do enclave imperialista, comprova isso e mostra que o rompimento com o acordo de cessar-fogo é sinal de que a nova formação do governo Netaniahu será ainda mais fascista.

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