Palestina

Relator da ONU denuncia limpeza étnica na Cisjordânia

"A transferência por Israel de partes de sua própria população civil para o território que ocupa constitui um crime de guerra"

Colonos israelenses, apoiados pelo exército sionista, estão realizando invasões violentas em toda a Cisjordânia ocupada, atacando palestinos, invadindo casas e lojas e ferindo civis. De acordo com a agência de notícias palestina Wafa, bandos fascistas atacaram palestinos em Wadi Hilweh, no bairro de Silwan, em Jerusalém Oriental.

O ativista Aref Jaber também denunciou a violência dos colonos na Cidade Velha de al-Khalil, especificamente nos distritos de Jaber, as-Salaymeh e Wadi Nasara.

Durante os ataques, o palestino Abdul Aziz al-Shantir, de 64 anos, sofreu ferimentos na cabeça quando colonos invadiram sua loja. Em Wadi al-Hussein, a leste de al-Khalil, colonos atiraram pedras e garrafas vazias contra casas palestinas.

Enquanto isso, as Forças de Ocupação israelenses invadiram a vila de Nabi Saleh, a noroeste de Ramala, abrindo fogo contra um veículo estacionado.

No domingo, as Forças de Ocupação intensificaram sua ofensiva contra a cidade de Tulcarém e seus campos de refugiados na Cisjordânia ocupada, invadindo bairros, incendiando casas e demolindo edifícios residenciais no campo de refugiados de Nur Shams.

Pelo 48º dia consecutivo, soldados israelenses invadiram várias áreas do campo de Tulcarém, expulsando à força os moradores palestinos de suas casas como parte da ofensiva militar em andamento. Veículos militares e escavadeiras foram vistos em frente a edifícios tomados por forças israelenses na Rua Nablus, transformados em postos militares. O cerco a Tulcarém visa liquidar os grupos de resistência locais. A criminosa Autoridade Palestina, chefiada por Mahmoud Abbas, colabora diretamente com a repressão aos combatentes palestinos.

Simultaneamente, soldados israelenses abriram fogo contra uma ambulância que se dirigia ao campo de Nur Shams para evacuar um paciente, impedindo-a de chegar ao seu destino.

Até agora, mais de 12.000 palestinos foram expulsos à força de Nur Shams, enquanto outros 12.000 foram expulsos do campo de Tulcarém.

Francesca Albanese, Relatora Especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos nos Territórios Palestinos Ocupados, afirmou que o risco de “Israel” promover uma “limpeza étnica em massa” na Cisjordânia é “real”. Ela destacou que tais ações configuram crimes de guerra, crimes contra a humanidade e possivelmente genocídio, de acordo com o direito internacional.

O alerta de Albanese ocorre em meio à maior ofensiva israelense na Cisjordânia desde a Segunda Intifada palestina. Em poucas semanas, mais de 40.000 palestinos foram expulsos de suas casas, principalmente de campos de refugiados. A ofensiva israelense envolve bombardeios, uso de escavadeiras e destruição de vilarejos e infraestruturas, promovendo o deslocamento forçado da população palestina.

A relatora da ONU também denunciou que as ações israelenses fazem parte de uma estratégia mais ampla para criar um “Grande Israel” sem palestinos. Segundo ela, o governo israelense baseia-se no deslocamento forçado e na repressão contínua para alcançar esse objetivo.

Albanese classificou a campanha israelense como “genocida”, voltada para a erradicação da nação palestina. Ela instou a comunidade internacional a cumprir suas obrigações de proteger os palestinos, citando o parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que declarou a ocupação israelense dos territórios palestinos como “ilegal” e caracterizou suas ações como “apartheid” e “segregação racial”.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU também alertou sobre a crescente expansão dos assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada por “Israel”.

“A transferência por Israel de partes de sua própria população civil para o território que ocupa constitui um crime de guerra”, afirmou o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, pedindo que a comunidade internacional tome medidas decisivas contra a expansão dos assentamentos israelenses.

“Israel deve cessar imediata e completamente todas as atividades de assentamento e evacuar todos os colonos, interromper a transferência forçada da população palestina e prevenir e punir ataques por suas forças de segurança e colonos.”

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