A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) está mobilizando uma ofensiva administrativa contra o estudante de Engenharia de Minas Vinicius Krug de Souza, que exibiu uma suástica, entre outros símbolos pintados no rosto, antes de sua colação de grau em 18 de fevereiro de 2025. O Conselho Universitário (CONSUN ) anunciou a criação de uma comissão para analisar o caso, marcada para ser formada em 28 de março. A medida ocorre em paralelo às investigações da Polícia Federal e Civil, além de um processo da procuradoria federal da universidade, sugerindo um esforço concentrado para punir o aluno por ter um desenho no rosto.
O estudante removeu a suástica após advertência da universidade, mas participou da cerimônia com símbolos como o “Om” hindu e o “Chi-Rho” cristão, e defende que sua intenção era cultural. Sua defesa, liderada pelos advogados Jader Santos e Olga Popoviche, sustenta que o jovem é “apreciador de diversas manifestações culturais e religiosas” e nunca teve vínculo com extremismos, como o nazismo. No entanto, o CONSUN, que já aprovou uma moção de repúdio, parece determinado a impor sanções, mesmo sem conclusão das investigações policiais.
A comissão funcionará junto à análise da procuradoria, que busca punições regimentais, enquanto o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da instituição pressiona pela cassação do diploma do aluno, já aprovado para um mestrado na UFRGS, uma punição totalmente arbitrária.
A reação da universidade inclui o registro de um boletim de ocorrência na Polícia Federal em 19 de fevereiro e a apreensão de celulares e computadores do estudante pela Polícia Civil em 13 de março, a pedido da Delegacia de Combate à Intolerância.
Esses desdobramentos indicam uma escalada na resposta ao caso, que começou com a proibição de Vinicius participar da formatura com o símbolo original. A UFRGS justifica sua postura afirmando que não tolera “manifestações de ódio”, mas o foco exclusivo na suástica, ignorando os outros símbolos exibidos, levanta questões sobre a proporcionalidade da medida diante da alegação do aluno de que se tratava de um símbolo hindu.
A Lei 7.716/1989, que proíbe a veiculação de símbolos nazistas para fins de propaganda, é o pano de fundo legal do caso, prevendo pena de dois a cinco anos de reclusão. Contudo, a defesa argumenta que a imagem foi tirada “de contexto” e divulgada sem consentimento, gerando difamação e ameaças ao estudante e sua família. Enquanto a investigação policial segue, a criação da comissão pelo CONSUN sinaliza que a UFRGS não aguardará os resultados para agir, o que pode ser interpretado como um julgamento prévio de um ato que o aluno insiste não ter tido conotação política.
Em 18 de fevereiro de 2025, Vinicius Krug de Souza, formando de Engenharia de Minas da UFRGS, apareceu na sala de preparação da colação de grau com uma suástica e outros símbolos pintados no rosto. Após ser advertido pelo vice-reitor e pelo coordenador de segurança, que o proibiram de participar da cerimônia com o desenho, ele o removeu, mantendo outros símbolos, e colou grau. A universidade registrou o caso na Polícia Federal no dia seguinte, e a Polícia Civil abriu um inquérito.