Na Universidade de Brasília, a saga da URP (Unidade de Referência de Preços) — um reajuste de 26,05% sobre os proventos, conquistado com muita luta no início dos anos 1980 para conter a escalada inflacionária — ganha novos contornos. Durante vários anos, o Estado tem tentado retirar esse direito dos trabalhadores e de suas famílias. Hoje, quem trava o pagamento, contrariando uma recente decisão do STF, é o Ministério da Gestão e Inovação, que descumpre a sentença que determina o pagamento integral.
Na assembleia do dia 11, foi aprovada a deflagração de greve para o próximo dia 20, com o objetivo de pressionar politicamente o governo a liberar os módulos de pagamento da URP. O MGI, o TCU e a UnB foram intimados pelo STF e poderão ser responsabilizados caso não esclareçam o motivo do não pagamento, conforme determina a sentença.
No dia 14, o processo da URP referente aos docentes — que tramitava separadamente do processo dos técnicos — chegou à última instância do STF e teve decisão favorável, assim como o dos técnicos.
O SINTFUB convoca nova assembleia para o próximo dia 20, na qual serão definidos os rumos da greve e os principais pontos a serem pressionados durante o movimento paredista.
Assim como no ano passado, a UnB inicia sua mobilização grevista por motivos específicos da própria instituição, como a questão da URP. No entanto, nacionalmente, a plenária da FASUBRA (Federação de Sindicatos de trabalhadores técnico-administrativos em educação das instituições de ensino superior públicas do Brasil ), encerrada no dia 16, decidiu que o estado de greve será mantido em cada base sindical da federação.
Além disso, entre o próximo dia 1º e a segunda quinzena de abril, serão realizadas análises e plenárias virtuais para discutir os indicativos de greve, com possibilidade de deflagração de um movimento nacional. A categoria exige o cumprimento do acordo de greve.
Mais uma vez, a UnB recorre à única ferramenta de luta dos trabalhadores: a greve. Historicamente, esse mecanismo tem sido vitorioso e desempenha um papel fundamental na organização das lutas da categoria.