
Ásia
Irã desafia bravatas de Trump: ‘essa ameaça é imprudente’
Mandatário norte-americano enviou uma carta exigindo negociações com a República Islâmica, sob ameaça militar em caso de negativa

- Aiatolá Ali Khamenei
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O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, reagiu às provocações de Donald Trump, que enviou uma carta exigindo negociações sob ameaça militar. Em um encontro com estudantes no Ramadã, ele declarou que “os EUA ameaçam com militarismo, mas, na minha visão, essa ameaça é imprudente”.
Para ele, o Irã pode retaliar e “certamente desferirá um golpe”. O caso reforça a posição iraniana como potência militar dominante no Oriente Médio, desafiando o enfraquecido poderio imperialista, apesar das limitações econômicas do país asiático.
Khamenei destacou o crescimento iraniano, dizendo: “ao contrário do que pensam nossos inimigos míopes, o Irã não enfraqueceu, mas está mais forte que no último ano”. Ele celebrou avanços em várias áreas e, sobre as perdas de líderes como Ebrahim Raisi e Hassan Nasseralá, afirmando que “a perda de grandes nomes não significa retrocesso ou fraqueza se o propósito e o esforço persistirem; uma nação com esses dois fatores não para com a saída de indivíduos”.
Acrescentou também que os iranianos “não buscam guerra, mas, se alguém agir, nossa resposta será firme e segura”. Sobre negociações, rejeitou os EUA: “conversas com eles não aliviam sanções, só apertam o nó delas”. O líder iraniano também criticou o fato de Trump ter rompido o acordo nuclear anterior: “negociamos e esse mesmo homem jogou fora o pacto assinado”, lembrou.
Sobre armas nucleares, desafiou: “eles dizem que não deixarão o Irã tê-las; se quiséssemos, os EUA não impediriam; não as temos porque nós não queremos”. O presidente Masoud Pezeshkian reforçou: “é inaceitável que nos deem ordens e ameacem; não negociarei com vocês, façam o que quiserem”. Khamenei disse ainda que a carta de Trump visa “enganar a opinião pública mundial”, fingindo abertura ao diálogo.