O Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), em parceria com o coletivo Luta Revolucionária Alternativa Palestina e o Samidoun, promoveu o webinário Palestina no Coração – Diálogo cristão sobre justiça e paz e a refutação da narrativa sionista. O evento reuniu lideranças cristãs para discutir a situação da Palestina e desmontar a propaganda do sionismo que busca justificar a ocupação.
O arcebispo Atallah Hanna, do Patriarcado de Jerusalém, destacou que os cristãos palestinos são parte essencial da luta contra a ocupação e pela libertação da Palestina. “Não se pode falar da Palestina sem reconhecer a importância dos cristãos e muçulmanos que vivem aqui, assim como dos judeus e samaritanos. Somos todos parte desse povo”, afirmou. Ele ressaltou que a resistência palestina não é um conflito religioso, mas uma luta contra a colonização e a opressão: “Nossa luta não é contra nenhuma religião, mas contra a ocupação. Somos antissionistas e defendemos a união de todas as pessoas que apoiam essa causa nobre, justa e fundamental para a nossa história recente.”
O arcebispo também rejeitou qualquer tentativa de reduzir a questão palestina a uma disputa política isolada. “Levantar as vozes em defesa da Palestina não é apenas um dever religioso, mas também um dever humano. A causa palestina é uma causa humanitária e moral. Cada pessoa no mundo tem o dever de se levantar contra essa ocupação para que o povo palestino possa viver em paz em sua própria terra”. Segundo ele, não pode haver paz sem justiça, pois “se o preço da paz for a continuação da ocupação, então essa não é uma paz verdadeira”.
O deputado federal Padre João apontou a estratégia do sionismo de manipular a questão religiosa para gerar confusão e caluniar a resistência palestina. Ele denunciou a hipocrisia da propaganda sionista, que ataca qualquer tentativa de autodeterminação do povo palestino. “A autodefesa é um direito legítimo em qualquer contexto – seja individual, de um grupo, de uma nação ou de um povo. No entanto, a mídia retrata essa resistência como criminosa”. O parlamentar também ressaltou que “a verdadeira e autêntica religião prega o amor e o respeito”, o que é incompatível com a opressão imposta pelo sionismo sobre o povo palestino.