O governo de Javier Milei aprofunda ainda mais o desastre econômico na Argentina ao buscar, com urgência, a aprovação de um novo acordo bilionário com o FMI. Sua estratégia é clara: implantar um modelo econômico de destruição nacional, muito semelhante ao que já foi imposto ao país em períodos históricos anteriores. O anúncio de que Milei pretende aprovar o acordo por decreto é um sinal evidente de que a verdadeira natureza de seu governo é uma ditadura neoliberal a serviço do imperialismo, sem qualquer compromisso com o interesse popular.
Essa política revela a essência autoritária do governo, que busca subjugar o país a interesses externos, à revelia das instituições que, teoricamente, deveriam ser responsáveis pela fiscalização e aprovação deste tipo de medida, conforme lei aprovada pela oposição no parlamento durante o governo de Maurício Macri.
Desde sua candidatura à presidência do país, ficou evidente que sua principal função de Milei seria entregar o controle do país ao imperialismo. Sua política de destruição da economia nacional está desmontando direitos básicos e condenando os trabalhadores e todo o povo argentino à miséria. A tentativa de contornar o Congresso para impor mais um acordo humilhante com o FMI expõe, de maneira flagrante, o caráter ditatorial do seu governo. Essa medida não é apenas uma tentativa de “governar sem o Congresso”; trata-se de um golpe contra a população argentina, que submete a soberania nacional aos interesses dos países imperialistas.
O histórico de acordos com o FMI na Argentina é marcado por desindustrialização, aumento do desemprego e aprofundamento da fome. Cada novo ciclo de imposição de medidas neoliberais, seja sob o comando da ditadura militar, do governo de Carlos Menem nos anos 1990, de Mauricio Macri, ou agora de Milei, repete a mesma fórmula: o grande capital e os banqueiros internacionais se beneficiam, enquanto os trabalhadores e o povo argentino são esmagados. O modelo econômico de Milei não é uma inovação. Ele é simplesmente uma continuação da política de entrega e exploração, que tem como objetivo desmantelar a indústria nacional e criar uma economia dependente, com baixa capacidade produtiva e crescente endividamento externo.
Milei mente descaradamente ao apresentar seu plano como uma solução para a crise econômica. Ele promete crescimento econômico e estabilidade, mas o que se vê são medidas que levam ao colapso da economia, à dolarização predatória e ao aumento da dependência externa. A realidade das massas argentinas será o empobrecimento generalizado, com a precarização das condições de vida, o aumento da informalidade no trabalho e a diminuição da capacidade de consumo das famílias. Essa política não traz prosperidade, mas destruição social.
Ao decretar a imposição do novo acordo com o FMI sem qualquer debate parlamentar, Milei se coloca como um ditador neoliberal, demonstrando que seu governo é subordinado aos interesses estrangeiros e ao capital financeiro. A implementação de medidas de austeridade, a redução de direitos trabalhistas, o corte de programas sociais e a privatização de setores estratégicos são a face visível de uma política entreguista, que visa abrir os cofres públicos da Argentina para o capital estrangeiro.
A mobilização popular é inevitável e o único caminho para derrotar esse governo de destruição. O povo argentino já demonstrou, em diversas ocasiões, sua capacidade de enfrentar imposições do imperialismo. No entanto, a postura das direções dos sindicatos, partidos de esquerda e setores progressistas tem sido, no mínimo, decepcionante. Em vez de buscar impulsionar as massas a se mobilizar nas ruas e de levantar as palavras de ordem pelo “Fora Milei!” e “Abaixo a Ditadura!”, essas direções se restringem à luta parlamentar buscando inutilmente evitar a aprovação dessas medidas.
Essa falta de ação é grave diante da enorme repressão contra setores populares, como os pensionistas e aposentados, que agora estarão ainda mais esmagados pela imposição de cortes e ajustes fiscais brutais. Esses setores, que já vivem em condições precárias, serão ainda mais impactados pela política de Milei. A falta de uma oposição efetiva das direções sindicais e setores de “esquerda” demonstra uma completa contradição com os interesses do povo e uma incapacidade de organizar a luta contra esse regime autoritário e entreguista.
O caminho para a vitória contra o governo imposto pelo imperialismo é claro: é necessário denunciar sem rodeios a ditadura neoliberal de Milei, organizar e mobilizar as massas, e impulsionar um movimento de luta pela derrubada do governo. A única maneira de conquistar a vitória é com uma luta aberta e decidida contra o governo de destruição nacional e contra o imperialismo que o sustenta. Esse é o único caminho para a verdadeira soberania, para a recuperação dos direitos dos trabalhadores e para a construção de um futuro livre das amarras impostas pelos banqueiros internacionais.