Segunda Guerra Mundial

10/3/1945: EUA assassinam 100 mil pessoas em bombardeio de Tóquio

O bombardeio de Gaza não foi uma novidade para o imperialismo. Na Segunda Guerra Mundial, antes das bombas atômicas, os EUA fizeram com Tóquio o que "Israel" fez em Gaza.

Neste 10 de março, completa-se o 80º aniversário de um dos mais violentos bombardeios aéreos da história. Naquela fria noite de primavera, cerca de 100.000 pessoas foram assassinadas nas chamas de Tóquio, incendiadas por bombardeiros dos EUA. A maior cidade da Ásia foi transformada na superfície da Lua; exceto por alguns edifícios de concreto armado, ela estava em ruínas. A cidade foi destruída pelas bombas e pelo incêndio. Mas o imperialismo dos EUA ainda teria planos monstruosos para o derrotado Japão.

Os EUA escolheram seu alvo com precisão. No distrito de Shitamachi, no leste de Tóquio, onde há séculos viviam comerciantes e artesãos, a maioria das casas era de madeira e ficava próxima umas das outras. Bombas incendiárias causaram estragos devastadores. Os estrategistas norte-americanos estudaram detalhadamente os impactos do Grande Terremoto de Kantô, de 1923, em Tóquio, quando incêndios que duraram dias reduziram drasticamente o número de moradias e mataram dezenas de milhares de pessoas. A Força Aérea dos EUA levou em conta os ventos que varrem a planície de Kantô com força nesta época do ano.

Pouco depois da meia-noite, entre 9 e 10 de março, 334 bombardeiros B-29 chegaram à capital japonesa. Sua missão era clara: reduzir Shitamachi a escombros e matar seus habitantes. Quando os ataques começaram, as pessoas fugiram para os abrigos nos porões das casas. Mas, depois de uma hora dos bombardeios mais intensos da guerra, perceberam que o que acontecia era algo diferente, que os abrigos não resistiriam. Não havia como fugir da violência extrema do imperialismo norte-americano.

No total, os EUA lançaram quase 400.000 bombas sobre a cidade. O impacto foi catastrófico: os moradores morreram devido ao calor extremo, à falta de oxigênio, foram pisoteados por multidões em fuga ou se afogaram. Além das incontáveis mortes, ao fim daquele dia, havia 120.000 órfãos e quase 300.000 edifícios destruídos.

Quando os EUA conquistaram as Ilhas Marianas, no Pacífico, no verão de 1944, as ilhas principais do Japão ficaram ao alcance dos bombardeiros norte-americanos. Até o fim da guerra, quase todas as cidades japonesas foram amplamente destruídas. Estima-se que mais de 300.000 pessoas morreram nesses ataques, sem contar as vítimas de Hiroshima e Nagasaki. Enquanto a destruição de Dresden por bombardeiros britânicos e norte-americanos, em fevereiro de 1945, que matou também dezenas de milhares de pessoas, causou certa comoção no Reino Unido e até levantou debates no Parlamento britânico, os ataques aéreos muito mais devastadores contra cidades japonesas foram mais bem escondidos e são pouco lembrados fora do Japão até hoje.

O imperialismo democrático mostrou sua face

O fim da Segunda Guerra Mundial foi quando o imperialismo democrático, dos EUA e da Inglaterra principalmente, mostrou toda a sua violência. Como são os vencedores da guerra, escondem seus crimes gigantescos, como os bombardeios das cidades japonesas e alemãs. Quando essas questões são levantadas, justificam os ataques brutais aos civis como “anti-fascismo”, como se fosse necessário destruir cidades inteiras para vencer uma guerra. Décadas depois, os israelenses seguiram a mesma cartilha em seus massacres contra os palestinos.

Os bombardeios do Japão também são importantes para mostrar que os EUA não tinham necessidade nenhuma de construir uma bomba atômica, muito menos de lançá-la no Japão. Eles tinham plena capacidade de destruir completamente cidades inteiras e assassinar dezenas de milhares de pessoas com sua aviação comum. O Japão estava prestes a se render; era apenas uma questão de tempo. O que mudou a conjuntura, na verdade, foi a resistência chinesa e o Exército Vermelho da URSS, que acabaram com a ocupação japonesa da China. Sem a colônia chinesa, era impossível resistir à invasão dos EUA.

Mas os EUA estavam dispostos a destruir completamente o Japão por dois motivos: primeiro, para ter o controle total do Pacífico e subjugar completamente seu único rival na região; segundo, para fazer uma demonstração de sua força. Os norte-americanos queriam mostrar ao mundo inteiro quão poderosas eram suas forças armadas. Esse foi o momento em que os EUA se tornaram os senhores do mundo, o principal país do bloco imperialista, superando a Inglaterra. Sua demonstração de força foram as bombas atômicas, dois dos maiores crimes da história da humanidade.

O Japão, que começou a guerra com uma opressão brutal de povos da Ásia, principalmente os chineses, terminou com sua população sendo uma das mais massacradas em toda a guerra. Tivesse o imperialismo dos EUA chegado mais cedo ao país, o número gigantesco de mortes seria ainda maior. O imperialismo democrático, ao fim da guerra, mostrou-se tão violento quanto o nazismo alemão.

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