Brasil

PT organizou atos contra nomeação de Alexandre de Moraes ao STF

Ministro foi indicado pelo golpista Michel Temer (MDB)

Em 2017, militantes e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores (PT) saíram às ruas em protesto à indicação de Alexandre de Moraes ao Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes, que era filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), foi indicado pelo presidente golpista Michel Temer (MDB) após o falecimento do então ministro Teori Zavascki, morto em circunstâncias suspeitas em um acidente de avião.

Quem reportou os atos daquele ano foi o próprio PT. Segundo artigo publicado em seu sítio no dia 20 de fevereiro, as manifestações ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro para repudiar a indicação de Alexandre de Moraes à vaga de ministro do STF. Os protestos, realizados na véspera da sabatina de Moraes no Senado, reuniram juristas, acadêmicos e movimentos sociais, que expressaram sua indignação com a nomeação e destacaram o impacto negativo que ela teria para o País.

Em São Paulo, o ato foi realizado no Largo São Francisco, em frente ao prédio da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde Moraes é professor. Organizado pelo Centro Acadêmico XI de Agosto – Direito USP, o protesto teve apoio de várias entidades, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Associação Juízes para a Democracia (AJD). “A nomeação de Moraes ao STF representa a evidência de um golpe no País”, afirmou Jorge Luis Souto Maior, jurista e professor da USP, presente no evento. “É preciso fazer com que o golpe não se consuma. É preciso lutar e resistir a essa nomeação”, concluiu.

A professora Ana Lucia Pastore, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), também se manifestou durante o protesto. Para ela, a nomeação de Moraes ao STF é uma vergonha, especialmente para os professores da USP. “É uma vergonha para a USP e para todos os pesquisadores, aqueles que têm notório saber jurídico, ter uma figura como essa representando o que é realmente um Estado Democrático de Direito”, disse.

No Rio de Janeiro, o ato foi realizado no Circo Voador e contou com a participação de artistas, professores e representantes de movimentos sociais. Entre os presentes estavam o ator Osmar Prado, o humorista e escritor Gregório Duvivier, o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) e o diretor da Faculdade Nacional de Direito, Flavio Martins. “Ele [Moraes] representa a partidarização do Supremo”, afirmou Zico Prado, deputado estadual do PT, lembrando as ações de repressão aos movimentos sociais sob a gestão de Moraes à frente da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

A estudante de Direito e tesoureira do Centro Acadêmico XI de Agosto, Laura Arantes, também se manifestou contra a nomeação. “Uma carreira política marcada por chacinas e que vai totalmente contra aquilo que ele leciona”, disse, destacando a contradição entre o que Moraes ensina e suas ações na Secretaria de Segurança Pública e no Ministério da Justiça.

A advogada e doutoranda da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, Marina Ganzaroli, também criticou a postura de Moraes. “Sempre torturando e perseguindo a democracia e a organização popular”, denunciou, ressaltando que o comportamento de Moraes em cargos anteriores é incompatível com a posição que ele ocuparia no STF.

A razão daqueles que protestaram seria provada em seguida. Moraes, na medida em que se tornou o único ministro do STF indicado durante a consumação do golpe de Estado de 2016, se tornou uma peça-chave do regime político golpista, estabelecendo um regime jurídico arbitrário em que vigora a perseguição política contra os seus desafetos. O PT, no entanto, por uma questão de conveniência e por um cálculo político completamente equivocado, decidiu passar uma borracha nas críticas que fez ao ministro e, hoje, o louva como um “defensor da democracia”.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Rolar para cima

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.