Em 2024, o orçamento federal destinou a impressionante cifra de R$1,97 trilhão para o pagamento da chamada “dívida pública”. Esse montante representa 42,93% de todo o orçamento federal, uma parcela escandalosa que supera em muito os investimentos em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura, pagamento de aposentadorias e qualquer outro gasto do Estado. Veja abaixo o gráfico produzido pelo movimento Auditoria Cidadã da Dívida:
Vale o destaque, inclusive, de que o pagamento é para os juros da dívida, não chegando sequer a reduzir a dívida em si. Essa disparidade revela a prioridade dada ao criminoso sistema de transferência de renda para os banqueiros que nunca foi devidamente auditada, como determina a Constituição Federal de 1988.
Os detentores dos títulos da dívida pública são, em sua maioria, instituições financeiras estrangeiras e grandes especuladores, que lucram com juros exorbitantes, enquanto a população arca com o ônus por meio do pagamento de impostos e dos cortes orçamentários na assistência social e nos serviços públicos. Enquanto isso, a propaganda da burguesia insiste na necessidade de ajustes fiscais, cortes de benefícios e aumento de impostos para a população com medidas draconianas de fiscalização nos mínimos detalhes do trabalhador.
É comum ouvir de serviçais dos banqueiros, que vão de Paulo Guedes ao Fernando Haddad, que “não há recursos para investimentos sociais”, que “é preciso reformar a Previdência” para ela encaixar nos cofres públicos e que há uma “necessidade de aumentar a carga tributária”. Todas essas alegações falácias caem por terra quando confrontadas com a realidade dos números da dívida pública.
Além de sugar os recursos públicos, essa política de pirataria comandada pelos banqueiros se tornou o principal obstáculo ao crescimento e ao desenvolvimento econômico do Brasil hoje. Com juros estratosféricos, apenas os negócios mais abastados, que não dependem de empréstimos para manter o capital de giro, conseguem se sustentar. Já os pequenos comerciantes ou industriais, quando recorrem a financiamentos, enfrentam um cenário desastroso. Tomam crédito a taxas mínimas de 13,25% ao ano — e no mercado comercial os juros são ainda mais altos —, esperando quitar a dívida com os lucros. Mas esses lucros dependem de uma economia que, em 2024, deve ter crescido apenas 3%. A diferença gritante entre o custo do crédito e o ritmo do crescimento faz com que os negócios não suportem as despesas, levando a falências em massa, destruição de unidades produtivas e uma desorganização geral da economia nacional.
Pior ainda, a política de juros altos drena investimentos fundamentais para impulsionar o país. Obras de infraestrutura, como estradas, ferrovias e hidrelétricas, que dinamizam a indústria da construção civil e geram um efeito cascata de aquecimento econômico, ficam inviabilizadas. Sem esses projetos, a produção industrial patina, o desemprego aumenta e o consumo despenca, agravando a estagnação. Sob todos os ângulos, essa política criminosa só favorece os banqueiros, que engordam seus lucros com os títulos da dívida, enquanto o povo brasileiro é condenado à miséria e o país ao atraso. É uma máquina de devastação que beneficia os parasitas financeiros e sufoca qualquer chance de progresso.
Um ponto precisa estar mais do que claro: o sistema da dívida pública é o verdadeiro entrave ao desenvolvimento do Brasil. Qualquer justificativa do governo para aumentar impostos ou cortar benefícios sociais é ridícula e inaceitável diante da realidade exposta pelos números. Sem o fim da submissão à ditadura dos bancos, nunca haverá crescimento econômico real no País.