A Resistência Palestina impôs uma nova derrota à ditadura sionista. Na noite de quarta-feira (26), o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) anunciou um acordo que obriga “Israel” a libertar 620 reféns palestinos em troca dos corpos de quatro prisioneiros israelenses fora cumprido. A troca foi um tapa na cara de Benjamin Netaniahu, que passou dias adiando o cumprimento de sua parte na libertação dos palestinos, conforme os termos da primeira fase do cessar-fogo em Gaza e respeitado apenas pelo Hamas, partido revolucionário que lidera a luta pela libertação da Palestina. Com mediação do Egito, o trato enterra as desculpas esfarrapadas do regime sionista e prova, de novo, que a força da luta palestina está dobrando o ocupante.
No último sábado (22), “Israel” deveria ter soltado 620 reféns palestinos. Na ocasião, o Hamas já havia cumprido sua parte, libertando seis israelenses vivos. Agora, a resistência entregará os restos mortais de Tsahi Idan, Ohad Yahalomi, Itzik Elgarat e Shlomo Mantzur, enquanto “Israel” terá que abrir as celas para mulheres e crianças palestinas. Tareq Abu Azzoum, direto do campo de Nuseirat, em Gaza, informou à rede catarense Al Jazeera que a operação foi acompanhada pelo Egito, que fiscalizará cada passo para evitar mais sabotagens sionistas.
O adiamento da semana passada foi mais um espetáculo de picuinhas de Netaniahu. Ele justificou o adiamento dizendo que as celebrações do Hamas na entrega dos seis israelenses foram “cerimônias humilhantes”.
Para o premiê, ver os revolucionários provarem que os prisioneiros israelenses foram bem tratados é “degradante”, porém o Hamas não engoliu a provocação e acusou “Israel” de tentar afundar o cessar-fogo com essa manobra. “A ocupação quer romper o acordo de propósito, mostrando que não tem palavra”, disparou Ezzat El Rashq, do birô político do movimento, à Al Jazeera. E o resultado? Netaniahu teve que ceder, como sempre.
Em Ramalá, na Cisjordânia ocupada, a chegada da sétima leva de reféns libertados na quarta-feira lotou o Palácio Cultural de emoção. O povo palestino esperava ansioso para abraçar os seus, mas o Exército de Ocupação Israelense (IOF, na sigla em inglês) tentou estragar a festa.
Tropas invadiram casas como a de Atef Jaber Abu Alia, em Al-Mughayyir, nordeste de Ramalá, e as de Ahed al-Natsheh e Hamza al-Khalouti, em Beit Hanina, ameaçando: “Nada de bandeiras ou comemorações”. Em Ezbet al-Tabib, leste de Qalqilya, e Beitunia, perto da prisão de Ofer, o IOF também fez incursões, mostrando o desespero de um ocupante que sabe que está perdendo o controle.
A troca ocorreu no Karem Abu Salem, com a Cruz Vermelha Internacional garantindo a logística. Lá, os corpos dos quatro israelenses serão identificados antes da entrega. Enquanto isso, o Hospital Europeu em Khan Yunis recebeu os 620 libertados. Entre os soltos está Kathem Zawahrah, que, após meses em coma no Hadassah Hospital sob custódia sionista, foi levado direto para Beit Lahm pelo Crescente Vermelho Palestino. O porta-voz do Hamas, Abdul-Latif al-Qanou’, celebrou à The Cradle: “A troca será simultânea, com um mecanismo que força a ocupação a cumprir o combinado”. Ele ainda cutucou: “Os egípcios garantiram isso, mas proposta para a segunda fase? Nada até agora.”
Já o enviado dos EUA Steve Witkoff disse ao Comitê Judaico Norte-Americano que as negociações da segunda fase estão no rumo certo. “Israel já mandou uma equipe para Doha ou Cairo”, afirmou, sonhando com uma visita à região no domingo. Mas Abu Azzoum alerta: o cessar-fogo termina sábado, e “Israel” precisa sair do Corredor Filadélfia, na fronteira com o Egito. Será que vai cumprir ou inventar outra desculpa?
A primeira fase previa 33 israelenses libertados pelo Hamas (25 vivos e oito corpos) e quase 2 mil palestinos soltos por “Israel”. Até agora, o Hamas entregou seis vivos e, com esses quatro corpos, chega a 10. “Israel” libertou algumas centenas nas trocas anteriores e agora soma mais 620, totalizando pouco mais de mil — ainda devendo muito do acordado.
O circo das bravatas
Desde o começo da ação palestina, no dia 7 de outubro de 2023, “Israel” tem se revelado um ninho de fanfarrões, com Netaniahu sobrevivendo politicamente de promessas que não cumpre. Primeiro, jurou que não soltaria mais ninguém depois que o Hamas mostrou ao mundo que a família Bibas — incluindo bebês — foi morta da ditadura sionista, ameaçando retomar a ofensiva sionista. “Chega de negociações”, decretou o chefe do governo sionista.
Depois, foi obrigado a mudar o posicionamento: “só soltamos se entregarem mais vivos”. No fim, o Hamas liberou quatro cadáveres e “Israel” teve que engolir, e liberar 620 palestinos vivos. Uma humilhação! É uma vitória colossal da Resistência Palestina e um tombo feio para o regime sionista.
Antigamente, “Israel” não faria acordos assim. Seguiria massacrando Gaza, ignorando tudo e todos, com seu genocídio a todo vapor. A situação, porém, mudou drasticamente. Na decadência atual, a ocupação imperialista da Palestina não segura mais o tranco. Netaniahu enche o peito com bravatas como “vamos esmagar o Hamas!”, “não cedemos!” —, mas é só fumaça. O Hamas negocia de igual para igual, mantém seus prisioneiros e força recuos.
Após 15 meses de uma guerra cruenta, o partido palestino está de pé e maios forte do que nunca, enquanto “Israel” se afunda em crise. É um tigre de papel: incapaz de morder. A fraqueza do regime fica escancarada, e o mundo vê que a ditadura sionista nunca esteve tão debilitada. Mais uma vitória do Hamas.