Política internacional

USAID: uma ferramenta do imperialismo em crise

Na Ucrânia, cerca de 90% dos veículos de comunicação estavam ligados à USAID. Jornais como Kyiv Independent e Hromadske, admitiram publicamente o colapso financeiro

A suspensão dos financiamentos da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) pelo governo Trump expôs uma intricada rede de manipulação orquestrada pelo imperialismo. Essa decisão lançou centenas de veículos de comunicação numa crise financeira imediata. A agência é um instrumento estratégico dos EUA, disfarçado de “ajuda ao desenvolvimento” e “apoio à imprensa independente”, mas dedicado a promover os interesses dos EUA em escala global.
Com um orçamento anual superior a 268 milhões de dólares, a USAID sustentava diretamente mais de 6.200 jornalistas e 700 veículos de comunicação em pelo menos 30 países. Esse dinheiro, apresentado como suporte à “liberdade de imprensa”, na verdade, financiava uma máquina global de produção de propaganda alinhada aos objetivos do governo norte-americano. O corte abrupto dos repasses provocou desespero entre os beneficiários, que agora recorrem a campanhas públicas de arrecadação, revelando sua dependência quase total do financiamento imperialista.
Na Ucrânia, por exemplo, cerca de 90% dos veículos de comunicação estavam ligados à USAID. Jornais como Kyiv Independent e Hromadske, que se diziam independentes, admitiram publicamente o colapso financeiro após a suspensão. Em Cuba, portais como CubaNet e Diario de Cuba, marcados por seu anticomunismo ferrenho e posições reacionárias, enfrentam o mesmo fim, expostos como braços de uma operação mantida por recursos externos para atacar governos soberanos.
Reflexo da crise causada pela decisão do governo Trump, no Mianmar, 200 jornalistas perderam seus empregos; na Bielorrússia, 60% do orçamento dos principais veículos vinha da agência; na Nicarágua, a imprensa oposicionista mostra agora sua fragilidade sem os dólares americanos. Essa debacle derruba a máscara da USAID como defensora de uma imprensa “livre” e escancara seu papel central na construção de um mundo moldado pela propaganda dos EUA.
Criada em 1961 sob o governo Kennedy, a USAID sempre foi um dos pilares da política externa imperialista. Apesar de se apresentar como entidade humanitária, seu verdadeiro objetivo é desestabilizar nações soberanas que resistem a Washington e abrir caminho para mudanças de regime favoráveis aos EUA. Um caso claro é o sítio ZunZuneo, o “Twitter cubano”, financiado pela agência para espalhar propaganda anticomunista em Cuba. O aplicativo, camuflado como plataforma neutra, foi projetado para atrair usuários e, aos poucos, injetar mensagens políticas destinadas a fomentar protestos contra o governo revolucionário — uma operação secreta que a USAID tentou ocultar a todo custo.
Na Venezuela, a agência foi peça-chave no golpe frustrado contra Hugo Chávez em 2002 e, depois, despejou recursos em figuras como Juan Guaidó para prolongar a ofensiva contra o chavismo. Em Cuba, além do ZunZuneo, a USAID criou escritórios de prevenção ao HIV falsos, como fachada para recrutar agentes contra o governo.
Na América Latina, o histórico da agência é igualmente sombrio: no Peru dos anos 1990, colaborou com o programa de esterilização forçada de mais de 300 mil mulheres indígenas sob o regime de Alberto Fujimori; no Uruguai e na Guatemala, treinou forças policiais em táticas brutais de tortura; na Colômbia, financiou a desestabilização de Rafael Correa, fabricando acusações de corrupção contra ele e seu vice, Jorge Glas, preso injustamente até hoje após ser sequestrado na embaixada mexicana.
Além de sustentar a imprensa alinhada, a USAID também manipula o fluxo global de informações por meio de censura digital e pressão econômica. Documentos mostram que a agência coagia anunciantes a boicotar veículos independentes e lançava campanhas para desacreditar a oposição ao imperialismo, tudo sob o pretexto de combater “desinformação”. Essa tática não fica só no exterior: veículos financiados pela USAID são usados como fontes “confiáveis” pela imprensa burguesa nos EUA, inundando o público interno com propaganda disfarçada de jornalismo.
Fica claro que a USAID não é uma organização beneficente, mas um braço civil da CIA, voltado à subversão política e à consolidação do domínio imperialista onde os tanques e bombas não chegam diretamente. A suspensão de suas operações, mesmo que temporária, apenas reforça o que os movimentos anti-imperialistas denunciam há décadas: os Estados Unidos usam essa agência como arma para controlar informações, sufocar a oposição e derrubar governos populares, tudo em nome de uma “democracia” que só serve aos seus próprios interesses.

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