Oriente Médio

‘Israel’ quer tomar controle total do sul da Síria após golpe

Benjamin Netaniahu ordenou a comandantes das forças de ocupação que elas devem impedir que o novo governo da Síria coloque suas tropas na região.

Neste domingo (23), o primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netaniahu, primeiro-ministro de “Israel”, ordenou aos comandantes das forças israelenses de ocupação que realizem a desmilitarização de todo o sul da Síria, proibindo inclusive, que o atual governo sírio, fruto de golpe pró-imperialista, aloque sua tropas na região:

“Exigimos a desmilitarização completa do sul da Síria”, acrescentando que “não permitiremos que forças da organização HTS ou do novo exército sírio entrem na área ao sul de Damasco”.

O HTS (Hayat Tahrir al-Sham) é a continuação do braço sírio da Al-Qaeda, e durante a guerra de agressão do imperialismo contra a Síria, que assumiu a forma de guerra civil, foi uma das principais milícias do imperialismo, na luta para derrubar o governo nacionalista de Bashar al-Assad. Em dezembro de 2024, após 14 anos de agressão imperialista, uma ofensiva liderada HTS derrubou Al-Assad, e a milícia assumiu o poder.

Assim que o golpe pró-imperialista foi bem sucedido, “Israel” invadiu o sul da Síria, e, desde então, já ocupou mais de 1.000 km², em território que inclui a totalidade das Colinas do Golã, reservas hídricas estratégicas, parte da fronteira com a Jordânia, e a maior parte da fronteira com o Líbano, neste último caso com o objetivo de impedir a entrada de suprimentos e equipamentos militares para o Hesbolá, através da Síria.

Em sua recente declaração, Netaniahu reiterou o que havia dito anteriormente, isto é, que “Israel” permanecerá nos territórios ocupados por  “um período de tempo ilimitado”, acrescentando, contudo, que “não permitiremos que as forças [HTS] ou o novo exército sírio se movam para o território ao sul de Damasco”, exigindo “a desmilitarização total do sul da Síria das tropas do novo regime sírio nas províncias de Quneitra, Daraa e Suweyda“.

Deve ser destacado que o HTS nunca agiu efetivamente contra a invasão sionista, até mesmo emitindo declarações de que não quer guerra com “Israel”, e de que seus verdadeiros inimigos são o Irã, o Hesbolá e demais organizações xiitas da resistência antiimperialista e antissionista.

Comentando sobre a decisão de Netaniahu, o analista diplomático do jornal israelense Israel Hayom, Ariel Kahana, afirmou que o primeiro-ministro e o Estado israelense estão incertos de o Hayat Tahrir al-Sham conseguiria manter do controle da Síria de forma favorável à entidade sionista: “ele pode não ter a intenção de atacar Israel, mas não está claro se ele conseguirá manter um controle firme sobre a Síria por muito tempo“, declarou Kahana, acrescentando que se “milícias anti-Israel” surgirem ao longo da fronteira, “não se sabe se ele agirá contra elas — ou mesmo se desejará fazê-lo“.

O analista ainda afirmou que a invasão da Síria por “Israel”, que se concentra nas províncias de Quneitra, Daraa e Suwayda é motivada por temores de que “tensões sectárias internas e hostilidade profunda contra Israel” que podem resultar em nova instabilidade em desfavor da entidade sionista. “Israel” também estaria com medo do fortalecimento e expansão territorial da Turquia, que possui grande influência sobre o novo governo sírio. No relatório de Kahana, “Israel quer desarmar uma área onde tal conflito poderia ocorrer”, igualmente alertando sobre possíveis milícias apoiadas pela Turquia formando um “bloco hostil desafiando Israel”.

O novo ataque contra a soberania da Síria está sendo realizado com o pretexto de proteção da comunidade drusa no sul do país. Os drusos, ao longo das décadas, vêm apoiando o domínio sionista no Oriente Próximo.

Apesar de ausência de resposta por parte do novo governo sírio, tribos do sul da Síria declararam, nesta segunda-feira (24), que rejeitam as “declarações agressivas” de “Israel”: “nós, os filhos dos clãs do sul da Síria, acompanhamos com plena consciência e responsabilidade as declarações agressivas emitidas por… Netanyahu, que visam a unidade da Síria, sua terra e seu povo, e buscam espalhar a discórdia entre seus componentes”, acrescentando que rejeita “qualquer forma de interferência sionista nos assuntos sírios” e que defendem “a plena soberania síria sobre todos os seus territórios, incluindo o Golã ocupado, e considerando a ocupação israelense de terras árabes um ato ilegal que não será alterado pela passagem do tempo”. No entanto, afirmaram também que possuem “lealdade absoluta ao estado sírio unificado”.

Em outro caso de que a invasão sionista é poderá gerar a desestabilização que “Israel” deseja evitar, inúmeros sírios, em uma onda crescente de indignação pública estão exigindo a expulsão do jornalista israelense Itai Anghel, que entrou em Damasco para “filmar um documentário sobre a Síria pós-Assad”, conforme noticiado pela emissora libanesa Al Maydeen.

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