Imperialismo em crise

Trump, o maior pacifista do século XXI

Trump alerta que envio de tropas à Ucrânia pode levar à Terceira Guerra Mundial e propõe eleições antes de acordo de paz

Na última sexta (21), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que a decisão de líderes europeus de enviar tropas de “manutenção da paz” à Ucrânia pode desencadear uma Terceira Guerra Mundial. Suas declarações foram feitas após as negociações de paz realizadas em Riad, na Arábia Saudita, entre representantes dos EUA, Rússia e da própria Arábia Saudita. Trump também defendeu a realização de novas eleições na Ucrânia antes da assinatura de um acordo definitivo para encerrar a operação russa, que já dura três anos e impôs severas derrotas à burocracia e à estrutura militar ucraniana.

Durante as negociações, foi acordado que nenhuma força estrangeira seria enviada à Ucrânia como parte do acordo de paz. A proposta das eleições ucranianas, segundo Trump, não foi uma exigência russa, mas sim uma sugestão dele próprio e de outros países. Ele argumentou que a legitimidade política na Ucrânia é essencial para avançar com o processo de paz, dando a entender que o palhaço metido a ditador nazista deveria ser escanteado.

A declaração de Trump foi uma resposta direta à proposta do primeiro-ministro britânico Keir Starmer, que sugeriu o envio de tropas europeias para garantir um acordo de paz duradouro na Ucrânia. Starmer afirmou que o Reino Unido estaria disposto a enviar forças terrestres como parte de um esforço conjunto europeu para estabilizar a região.

Trump rejeitou veementemente essa ideia, afirmando que, “de repente, você vai acabar começando uma Terceira Guerra Mundial.” Ele destacou que a militarização da região pode levar a uma escalada catastrófica do conflito. A proposta europeia também gerou divisões internas no falido continente após a resposta do laranja. Às vésperas das eleições locais, o impopular chanceler alemão Olaf Scholz descreveu a ideia como “prematura” e “altamente inadequada”, chegando a abandonar uma reunião em Paris em protesto contra a sugestão.

Durante as negociações em Riad, os representantes dos EUA e da Rússia concordaram que nenhuma força internacional seria implantada na Ucrânia, reforçando a posição contrária ao envio de tropas estrangeiras. Trump defendeu que novas eleições sejam realizadas na Ucrânia antes da assinatura de um acordo final, argumentando cinicamente que o governo do fantoche do Partido Democrata, Volodimir Zelensky, perdeu legitimidade devido à lei marcial imposta durante a guerra e ao colapso econômico e social do país. Segundo Trump, “se a Ucrânia quer um lugar à mesa [de negociações], o povo deve decidir.” A proposta gerou críticas e preocupações de diversos setores do imperialismo sobre o fantasma da “interferência russa” no processo eleitoral ucraniano. Como de praxe, quando um membro da ala minoritária do imperialismo ganha em qualquer país, o motivo alegado é uma interferência do Kremlin. O medo, por sua vez, é que eleições neste momento poderiam abrir caminho facilmente para uma liderança pró-Rússia em Kiev, enfraquecendo ainda mais a posição dos nazistas da direita ucraniana no conflito e reduzindo seus efetivos militares suicidas. Além disso, Zelensky e seu governo expressaram indignação por terem sido excluídos das negociações em Riad. O presidente ucraniano adiou sua visita oficial à Arábia Saudita em protesto contra as conversas realizadas sem sua participação, acreditando que sua presença ou ausência terá algum peso.

Trump minimizou as críticas de Zelensky e sugeriu que o governo ucraniano deveria ter buscado concessões antes mesmo do início do conflito em 2022. “Vocês deveriam ter encerrado isso há três anos… Nunca deveria ter começado.”

As conversas em Riad contaram com a participação do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, do conselheiro nacional de segurança, Mike Waltz, e do enviado especial ao Oriente Médio, Steve Witkoff. Pelo lado russo, estiveram presentes o competente ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, e o conselheiro Yuri Ushakov.

Entre os principais pontos discutidos nas negociações estão a realização de eleições na Ucrânia antes da assinatura do acordo final, a garantia mútua de que nenhuma força estrangeira será enviada à Ucrânia, a manutenção das sanções econômicas contra a Rússia até que um acordo seja concluído e o compromisso de criar equipes bilaterais para trabalhar no fim do conflito.

Embora ainda existam questões pendentes – como as demandas territoriais russas e a adesão da Ucrânia à OTAN –, ambas as partes descreveram as conversas como produtivas. O secretário Marco Rubio afirmou que “o Kremlin finalmente parece disposto a se engajar em um processo sério.”

Com sinais de algum estado intermediário entre embriaguez e depressão, Zelensky afirmou, supostamente em nome do povo ucraniano, que “nós lutaremos até o último homem. Não temos nada a perder.” Já a postura adotada por Donald Trump nas negociações reflete sua visão pragmática sobre política externa: evitar intervenções militares diretas e buscar soluções diplomáticas para conflitos globais para focar seus investimentos na indústria interna. Durante seu primeiro mandato (2017-2021), Trump evitou iniciar novas guerras e frequentemente criticou os altos custos das operações militares dos EUA no exterior.

O presidente norte-americano também indicou que está disposto a se encontrar diretamente com Vladimir Putin nos próximos dias para avançar nas discussões. Enquanto isso, líderes europeus permanecem perdidos em suas próprias contradições internas e, agora, externas, não possuindo mais o respaldo que lhes era concedido pelo Partido Democrata para utilizarem a Ucrânia como bucha de canhão para suas medidas autoritárias.

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