A crise do governo Lula tem, neste momento, a sua política econômica como problema central. De acordo com a imprensa capitalista, há um racha dentro do governo entre aqueles que defendem a manutenção do atual modelo econômico, representado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e aqueles defendem o anúncio de algumas medidas para tentar recuperar a popularidade do presidente. O debate, no entanto, revela a falta de um rumo claro na condução do governo.
Aqueles que se opõe ma críticas públicas a Haddad argumenta que isso enfraqueceria o governo, pois este não teria uma política econômica definida. Já a outra ala defende genericamente o lançamento de projetos “que injetem dinheiro na economia, principalmente para os mais pobres e para a classe média”. Ambas as posições, no entanto, revelam um problema maior: a ausência de um programa real de enfrentamento à crise econômica e à sabotagem promovida pelos grandes capitalistas.
A política econômica de Haddad, baseada na submissão ao mercado financeiro, já demonstrou ser um desastre. Sua política se resume a triar o dinheiro dos pobres e dar para os ricos. Conforme visto na chamada crise do Pix, essa política está levando a uma insatisfação popular enorme. O governo precisa romper com esse caminho antes que seja tarde demais. A discussão não é se Haddad deve ser criticado publicamente ou não; o ministro e toda a sua equipe econômica precisam ser demitidos.
O problema central é a continuidade de uma política econômica que não atende aos interesses da classe trabalhadora e do povo brasileiro. E essa política não irá mudar com meia dúzia de projetos, como propõe a outra ala. É preciso modificar o eixo de toda a política do governo.
É preciso uma política de enfrentamento direto com os setores que sabotam o país. O governo deve cancelar a dívida pública, cuja única função é transferir recursos para os bancos, romper com toda a política de cortes sociais e investir na exploração do petróleo e na indústria, fomentando o desenvolvimento nacional.
Se essa mudança não for feita de maneira enérgica e determinada, o governo corre o risco de se desmoralizar completamente e afundar. O que pode acontecer em pouco tempo.