No dia 22 de fevereiro – há exatos três anos – teve início a operação militar na Ucrânia desencadeada pelas forças armadas da Rússia em defesa de suas fronteiras, ameaçadas pela política expansionista do imperialismo mundial liderado pelos Estados Unidos e União Europeia, agrupados na aliança militar ocidental, a OTAN.
Uma guerra por procuração, instigada por esses países na tentativa de sufocar e debilitar a Rússia, usando como “bucha de canhão” a Ucrânia e seu exército, que enviou para os campos de batalha centenas de milhares de homens (jovens, idosos, mutilados, etc.), para lutar em prol de interesses que nunca foram os seus.
A reação da Rússia foi fulminante e depois de cerca de 1.100 dias de enfrentamentos, os russos sentaram-se à mesa de negociação (em posição privilegiada) com os verdadeiros “donos” da guerra, os EUA.
Vale destacar que a população das regiões libertadas pelos russos na guerra (Donbass), majoritariamente de origem russa, já aprovaram em plebiscitos a adesão à Rússia e já vem sendo reconhecidas pelos governantes e negociadores estadunidenses como territórios russos.
Diferentemente do que afirmam setores da esquerda nacional e mundial, no sentido de que, com a vitória de Trump, reforçam-se as posições do fascismo e da extrema-direita no mundo, não há dúvida que a iminência da vitória russa na guerra é mais um fator da enorme crise do imperialismo, no qual a posição do governo norte-americano contra a continuidade da guerra tem uma significativa importância.
É importante salientar que o reacionário governo Trump não adota tais posições por ser progressista (muito longe disso), a favor da paz ou qualquer coisa do tipo, mas na defesa dos interesses de amplos setores mais fracos da burguesia norte-americana.
Trump declarou que os EUA gastaram mais de 350 bilhões de dólares com a guerra (mais de R$2 trilhões) durante o governo Biden; boa parte desses recursos foram parar nos cofres do poderoso monopólio da indústria bélica norte-americana, nas contas dos banqueiros que financiaram a guerra etc. e a política atual é economizar parte desses recursos para promover ganhos de outros setores da burguesia do País.
As recentes derrotas em dois conflitos internacionais (na Palestina e na Ucrânia) aprofundam ainda mais a crise de dominação do imperialismo. Por isso mesmo intensificam-se as disputas no seu interior.
O acirramento na disputa entre as frações da burguesia e a crescente revolta dos povos oprimidos amplia as possibilidades para derrotar a contra ofensiva que os capitalistas em crise colocaram em marcha, com guerras, golpes e destruição, contra a imensa maioria da população em todo o mundo.