Espírito Santo

Salas de aula de Vitória estão entre as mais quentes do Brasil

Segundo a Secretária de Educação, apenas nove escolas tinham refrigeração em 2021

Estudo realizado pelo MapBiomas e Instituto Alana revelou que as escolas de Vitória estão entre as cinco capitais do Brasil com temperaturas mais elevadas dentro das salas de aula, chegando a ser até 3,57 ºC mais quentes que o ambiente externo. A pesquisa analisou 155 unidades de ensino, constatando que 91% delas registram ao menos 1 ºC acima da média do entorno urbano.

A situação é alarmante: estudar nessas condições impacta diretamente o aprendizado dos alunos. “As pesquisas mostram que um dia de calor é um dia de aprendizado perdido. Porque é muito difícil para as crianças, e não só elas, mas toda a comunidade escolar, os educadores também, se concentrarem. É muito difícil aprender, brincar. As crianças procuram a sombra no recreio, ficam menos ativas”, afirmou Maria Isabel de Barros, especialista do Instituto Alana.

Com as temperaturas batendo 38ºC na capital capixaba em 2024, os estudantes podem estar enfrentando até 41ºC dentro das salas de aula. Como resposta a esse cenário, o estudo sugere o aumento das áreas verdes nas escolas para reduzir o impacto térmico. Enquanto isso, os alunos sofrem. “Um monte de gente começa a passar mal durante a aula, começa a atrapalhar muito, precisa parar a aula”, relatou a estudante Steffany de Oliveira, de 11 anos.

A prefeitura de Vitória declarou que realizou um mapeamento das unidades escolares para climatização, prometendo instalar ar-condicionado e aumentar as áreas verdes. No entanto, não estipulou prazos para essas medidas. Já o Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe/ES) afirmou que as escolas privadas contam com ventiladores e ar-condicionado para o bem-estar dos alunos e professores.

O levantamento demonstrou que a ausência de áreas verdes dentro e ao redor das escolas contribui significativamente para a elevação das temperaturas. No Brasil, cerca de 37,4% das escolas não possuem áreas arborizadas, índice que sobe para 43,5% na educação infantil, principalmente em bairros periféricos. “A gente encontrou dados que mostram que essa desigualdade se repete. Determinadas áreas da cidade têm menos praças, parques e arborização, e estão mais sujeitas às ilhas de calor”, explicou a especialista Maria Isabel.

Além dos impactos no aprendizado, a pesquisa destacou que o contato com a natureza melhora a saúde e o bem-estar das crianças, influenciando imunidade, memória, sono e capacidade de aprendizado. Diante do aumento das temperaturas e da intensificação de eventos climáticos extremos, a adaptação das escolas é urgente. “Como o clima mudou, é preciso identificar as escolas mais vulneráveis às ondas de calor, alagamentos e deslizamentos, e agir para reduzir os riscos e aumentar sua resiliência”, pontuou Maria Isabel.

A Secretaria de Educação de Vitória, representada por Juliana Rohsner, informou que apenas nove escolas tinham refrigeração em 2021, número que subiu para 40 em quatro anos. “Sabemos que comprar ar-condicionado é a parte mais simples. Mas para que ele funcione, é necessário ter uma infraestrutura elétrica adequada. É o desejo que toda a rede seja atendida, mas sempre com muita responsabilidade”, disse a secretária.

Segundo a prefeitura, mais cinco ordens de serviço foram emitidas para instalação de ar-condicionado em escolas municipais, e outras doze unidades terão seus projetos licitados para obras em 2025. Onde ainda não há climatização, todas as salas contam com ventiladores de teto. Quanto à ampliação de áreas verdes, a secretária destacou esforços para recuperar espaços concretados e incentivar o contato dos alunos com a natureza. “A gente acredita que a criança só vai preservar o que ama”, finalizou.

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