Na manhã desta segunda-feira (17), um drone israelense atacou um veículo na cidade de Sídon, no Sul do Líbano, assassinando o comandante das Brigadas al-Qassam, Muhammad Shahin.
O assassinato de Shahin se deu em meio a retirada completa das forças de ocupação israelenses do território libanês.
O comandante do braço armado do Hamas foi o único morto durante o ataque. A agência de notícias estatal do Líbano disse que as equipes de resgate retiraram um corpo do veículo depois que os bombeiros apagaram o fogo. Ao mesmo tempo, as Forças Armadas do Líbano isolaram o local do ataque.
Shahin era, também, chefe do departamento de operações do Hamas no Líbano e foi transferido para o Hospital do Governo de Sídon após o ataque, enquanto outra pessoa que estava no veículo com Shahin ficou ferida, disse uma das fontes ao jornal egípcio Mada.
As Brigadas al-Qassam disseram que o comandante militar falecido desempenhou um papel fundamental na operação surpresa e em grande escala dos grupos de resistência baseados em Gaza, conhecida como Operação Dilúvio de Al-Aqsa. Shahin, também conhecido como Abu al-Baraa, era irmão do mártir, Hamza Shaheen, e sua família tinha um envolvimento de longa data nas atividades militares do Hamas.
As forças sionistas publicaram uma declaração sobre o ataque, afirmando que Shahin foi morto porque estava “recentemente planejando ataques terroristas, dirigidos e financiados pelo Irã” contra “Israel” e acrescentando que o oficial do Hamas também era uma “fonte significativa de conhecimento” por trás de vários ataques contra civis israelenses.
As Brigadas al-Qassam anunciaram o martírio de Shahin em uma declaração na tarde desta segunda-feira. O braço do Hamas citava mencionava o “papel pioneiro e contribuições únicas” de Shahin para a resistência palestina, desde a Segunda Intifada até a Operação Dilúvio de Al-Aqsa.
A Jihad Islâmica também publicou uma declaração condenando o assassinado de Shahin:
“Esse assassinato traiçoeiro e covarde reflete a natureza agressiva e criminosa dos líderes da entidade sionista. Ele constitui um ato perigoso que visa à eliminação do Eixo da Resistência, de seus líderes e comandantes”.
“O sangue puro dos líderes da resistência no Líbano e na Palestina só aumentará a coesão, a proeza e o compromisso das nações libanesas e palestinas de resistir ao inimigo israelense”.
O ataque contra o comandante do Hamas se dá em meio à violação do acordo de cessar-fogo por parte de “Israel”. As forças sionistas continuam a realizar explosões em cidades das quais não se retirou, incendiando casas e demolindo plantações de oliveiras.
O acordo de cessar-fogo entre o Líbano e “Israel” estipula como prazo final para a retirada dos militares israelenses do sul do Líbano o dia 18 de fevereiro de 2025 – uma extensão da retirada inicialmente programada para 26 de janeiro de 2025, de acordo com o acordo de cessar-fogo – a ocupação continua inflexível em manter suas forças em cinco posições no sul do país.
O presidente do Líbano, Joseph Aoun, disse que as autoridades estavam acompanhando os contatos em vários níveis para pressionar “Israel” a cumprir o acordo de cessar-fogo, enfatizando que os patrocinadores do acordo devem assumir sua responsabilidade na assistência ao Líbano.
Em um comunicado nesta segunda, Aoun expressou preocupação com a não retirada das tropas israelenses:
“Tememos que uma retirada completa não seja alcançada amanhã”.
“A resposta libanesa se dará por meio de uma posição nacional unificada e abrangente”, acrescentou o presidente libanês.
O secretário-geral do Hesbolá, Naim Qassem, declarou no domingo (16) que era responsabilidade do governo garantir a retirada total dos militares israelenses até o prazo final de terça-feira.
Ataques das forças israelenses ocorreram, também, nas cidades de Yaroun, Sul do Líbano, e de Odaisseh. Forças sionistas ocuparam, neste domingo, uma posição militar na colina de al-Hamames.
Ao mesmo tempo, forças de ocupação obstruíram a entrada do Exército libanês e da Cruz Vermelha na cidade de Houla, em uma tentativa de recuperar o corpo da criança Khadija Atwi, morta por “Israel” neste domingo.
Segue abaixo a nota publicada pelo Hamas sobre o martírio do comandante Muhammad Shahin:
“Em nome de Alá, o Clemente, o Misericordioso
Luto pelo comandante mártir Mohammed Shahin “Abu Al-Bara’a”
“Entre os crentes há homens que foram fiéis à sua aliança com Alá. Alguns deles cumpriram seu voto e outros ainda estão esperando, e não mudaram em nada.”
Com grande orgulho e honra, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e sua ala militar, as Brigadas Al-Qassam, lamentam perante o nosso povo palestino e as nações árabes e islâmicas o mártir Comandante Mohammed Shahin “Abu Al-Bara’a”, um dos líderes seniores da Al-Qassam, que ascendeu às alturas do martírio após ser alvo de um traiçoeiro ataque de drone sionista na cidade de Saida, no Líbano.
Ao nos despedirmos do comandante Abu Al-Bara’a, afirmamos que a mão sionista da traição, que atingiu a diáspora assim como atingiu a pátria, não conseguirá quebrar a vontade da resistência.
O inimigo sionista covarde, que continua sua política de assassinatos contra os líderes e heróis da resistência, tem total responsabilidade pelas consequências de seus crimes e pagará um preço alto.
O mártir Mohammed Shahin, juntamente com seus companheiros e sua honrada família, personificou o sacrifício e a devoção, dedicando sua vida ao projeto da resistência. Ele desempenhou um papel vital no fortalecimento e na preparação da resistência para enfrentar o inimigo sionista até a libertação da terra e das santidades. Seu sangue puro permanecerá como uma luz orientadora para os combatentes, iluminando o caminho para a vitória e a liberdade.
Estendemos nossas mais profundas condolências à família do comandante mártir e ao nosso povo palestino na pátria e na diáspora, reafirmando que nossa batalha contra a ocupação continua e que nossa resistência permanece inquebrantável até a completa erradicação da ocupação de nossa terra.
É uma jihad de vitória ou martírio.
Movimento de Resistência Islâmica (Hamas)
Segunda-feira, 18 Sha’ban 1446 AH
17 de fevereiro de 2025 CE”.