Pedro Burlamaqui

Militante do Partido da Causa Operária (PCO) e da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR). Editor e colunista do Diário Causa Operária. Estudante de Física na Universidade de Brasília (UnB)

Coluna

Brincando de Intercept Brasil

'Perto de meia-noite de um domingo, recebo uma mensagem do que era meu revolucionário favorito, Jones Manoel. Mal sabia eu que isso mudaria minha vida para sempre'

* AVISO: a fim de evitar processos por parte do “querido” acusado, deixo claro que as denúncias aqui feitas são fictícias

No final do ano passado, os identitários que ainda sobraram voltaram seus espetos e tochas contra Alysson Mascaro. O professor de Direito da USP foi acusado, por meio de uma matéria “bombástica” do sítio investigativo Intercept Brasil, de ter passado a mão em um sem número de alunos (substantivo masculino).

Segundo o Intercept, Mascaro atraía esses alunos com suas habilidades acadêmicas para sua casa. Lá, após envolvê-los com suas maravilhosas teorias da retórica penal marxista revolucionária comunista posadista pós-estruturalista mascarista, o professor “forçava” os alunos a transar, beijar, acariciar e, até mesmo, a abraçá-lo. Os coitados não podiam sair da residência a não ser pela porta da frente, que estava destrancada – “Ainda Estou Aqui, Alysson!”, gritavam ao tentar fugir.

Diante de pecados tão monstruosos, que provas o Intercept Brasil apresentou? Relatos! Excelente, relatos junto a documentos e coisas do tipo que os comprovam, não é? Não exatamente… Ah, mas então os denunciantes comprovaram suas identidades? Sim, pelo menos é o que diz o Intercept Brasil

Necas! Nada para comprovar de maneira minimamente concreta que existe alguma verdade nas linhas da denúncia.

Diante dessa grande peça de jornalismo investigativo, Mascaro não só foi afastado do magistério, como é alvo de uma investigação completamente sigilosa por parte da USP e está sendo ameaçado de exoneração pelo governador bolsotucano Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Leonardo Attuch, jornalista sério, denunciou a perseguição, apontando o óbvio de que não se pode punir uma pessoa porque alguém alega alguma coisa. Jones Manoel, jornalista de mentirinha e pedante profissional, criticou o “machista” Attuch, afirmando que o editor chefe do Brasil 247 não entende nada do que é ser um profissional da redação.

“Veja bem, Attuch, eu que entendo muito disso aqui sei que denúncia anônima significa que a pessoa que fez a denúncia é anônima, sabe?”, teria dito, segundo fonte, Jones Manoel, que continuou em tom lírico: “e pronto, se alguém falou, se alguém denunciou, está falado, é culpado, prenda o condenado, jogue nas masmorras o namorado”.

Concordando completamente com Jones Manoel, trago, neste texto, uma denúncia exclusiva feita a esta coluna sobre o ex-dirigente do PCB. Serei ainda mais honesto que o Intercept Brasil, no entanto, e publicarei o relato que me foi feito na íntegra, sem nenhuma alteração – cuidado, leitor, conteúdo gráfico abaixo.

“Perto de meia-noite de um domingo, recebo uma mensagem do que era meu revolucionário favorito, Jones Manoel. Mal sabia eu que isso mudaria minha vida para sempre…

– ‘Ei, venha para a minha casa estudar sobre como o fim do Estado não é condição necessária para se atingir o comunismo’

– ‘Sim, mestre, parece muito interessante e inteligente, estou indo’.

Incauto, caminhei até a cobertura de Manu – era como eu o chamava – e, quando o elevador chegou em seu andar, o vi apenas com um roupão.

Até ali, tudo me parecia normal: o horário, o dia, a vestimenta, o assunto. ‘Vou estudar à beça sobre o comunismo!’, pensei – não eram estes os planos de Manu.

– ‘Chegue mais, Caio [nome fictício]! Vamos começar a estudar. Vejo que trouxe a cópia de O marxismo ocidental: como nasceu, como morreu, como pode renascer do Losurdo que pedi’.

– ‘Isso, Manu, estou muito animado’.

– ‘Olha, Cacá – era como me chamava -, não queria só te dizer isso agora, mas, veja bem, entenda, perceba, quero falar sobre uma coisa muito importante com você’.

– ‘Ora, Manu, diga logo’.

Não consigo me lembrar bem do que ocorreu depois disso. Só sei que Manu começou a me explicar como Lula era, na verdade, pai de Bolsonaro. Depois, passou 30 minutos explicando porque o governo FHC inteiro era melhor que o primeiro dia de Haddad no Ministério da Economia. Então, tomou uma hora inteira tentando me convencer de que a sigla PCO significa Partido Comedor de Orientais. Finalizou o ato grotesco me contando como Trótski era, na verdade, Adolf Hitler; como Stálin era Jesus; e como o marxismo sempre defendeu a censura como a coisa mais revolucionária que o ser humano já inventou.

E é assim que fui mentalmente estuprado por Jones Manoel…”

Agora, Jones Manoel terá que decidir se ele está certo e minha denúncia merece, portanto, a mesma reação que a denúncia do Intercept Brasil; ou se ele está errado e eu e o Intercept somos mentirosos inveterados.

*As opiniões dos colunistas não refletem, necessariamente, as opiniões do Diário Causa Operária

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