Um a cada 200 adultos no Brasil hoje se encontra atrás das grades. As 800 mil almas aprisionadas nas masmorras chamadas de presídios são resultado direto de um regime jurídico cada vez mais grotesco, draconiano e arbitrário.
Prova disso é que uma mulher de 28 anos foi presa preventivamente por um bate-boca com sua vizinha. No ano passado, segundo testemunhas, uma mulher teria sido presa em flagrante pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por ofendê-la chamando-a de “nega preta”, além de ter afirmado que ela “tinha que alisar o cabelo, porque era ruim” e que seus filhos eram “encapetados” e “negrinhos da África”. Recentemente, a prisão foi convertida em prisão preventiva.
O pretexto para enviar alguém para a prisão por causa de um bate-boca é o de que a moça teria praticado “ofensas racistas”. O que, por sua vez, está sendo enquadrado como uma “injúria racial”.
Fato é que uma pessoa está tendo os seus direitos todos suprimidos por causa de meia dúzia de xingamentos. Se a moda pega e qualquer um for preso porque xingou alguém, as cadeias brasileiras rapidamente estarão com 215 milhões de prisioneiros.
Ah – dirão os sábios identitários, que apoiam este tipo de medida -, mas não se trata de qualquer ofensa, mas sim uma ofensa que seria dirigida contra um setor oprimido da sociedade – no caso, os negros. Nada poderia ser mais farsesco.
O fato é que, ao inserir no regime jurídico a ideia de que determinadas ofensas seriam “criminosas”, surge o seguinte problema: quem irá determinar o que é “criminoso” ou não? Ora, será um juiz. Caberá a um juiz dizer o que é racismo ou não – um juiz da qualidade de Sergio Moro, Alexandre de Moraes ou de qualquer outro ditador de toga.
Não é preciso muita imaginação para saber aonde isso irá levar. Na medida em que se tornou comum punir criminalmente as pessoas que falam coisas que um juiz considera “racista”, a esquerda inteira está sendo perseguida sob a acusação de ser “antissemita”. Afinal, na cabeça dos brilhantes juízes, “antissemitismo” é, também, uma forma de racismo…