Na última semana, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) aprovou a cassação da deputada bolsonarista Carla Zambelli, por coisas que ela teria dito na campanha eleitoral. Isto é, o tribunal decidiu punir uma candidata – e não qualquer candidata, mas alguém que já foi eleita por centenas de milhares de pessoas – por aquilo que ela falou.
O caso escancarou uma realidade no Brasil: quem quiser fazer campanha eleitoral, precisa ter muito cuidado com o que vai falar; porque, caso contrário, poderá ser cassado, poderá ser perseguido. No Brasil, não exista mais campanha eleitoral democrática. É uma campanha eleitoral que está sob a vigilância da censura. Esse problema, que já é grave, se soma a outro problema, que é a maneira como o Judiciário hoje caça o mandato de um deputado – e, portanto, caça o voto popular.
Carla Zambelli teve uma votação enorme em São Paulo, quase um milhão de votos, que foram todos rasgados por um colegiado de juízes. É uma coisa que desafia qualquer tipo de preceito democrático.
Esse não é, nem de longe, um acontecimento isolado. Os tribunais eleitorais caçam centenas de pessoas eleitas todos os anos, pelos mais diversos motivos. E o motivo é sempre político. Trata-se de um acerto de contas político que está sendo feito através dos tribunais.
No final das contas, está sendo estabelecido um regime no qual ninguém poderá falar nada, pois tudo será considerado perigoso de se falar. Não se pode falar das urnas, não pode falar das eleições, não se pode falar de algo ofensivo a negros, a transexuais, etc.
Curiosamente, esse regime de censura foi instaurado com o apoio da esquerda, sob o pretexto de que isso estaria combatendo a extrema direita e o bolsonarismo. Hoje, no entanto, isso fica claro. Não há nenhuma luta contra o bolsonarismo em curso, mas sim uma manipulação da opinião pública através da censura das eleições por uma direita mal intencionada, aliada do imperialismo.