De acordo com a seção Radar da revista Veja, em artigo escrito por Robson Bonin, o Partido da Causa Operária (PCO) está sendo investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por suposta “prática de atos antissemitas”.
No texto, Bonin afirma que o caso foi rejeitado pelo Ministério Público Federal (MPF), uma vez que “a análise dos autos não revela a prática de atos que atentem contra bens, serviços ou interesses da União, o que, por conseguinte, afasta a atuação do MPF”. No entanto, o caso foi despachado para o MPRJ, onde o Partido seguirá sendo investigado.
Bonin alega que o MPRJ está apurando se o PCO seria uma “organização terrorista”, com base em uma denúncia anônima. Segundo o mesmo texto, o PCO também estaria sendo investigado por ser, supostamente, “uma organização terrorista islâmica voltada à prática de atos antissemitas”.
A aparição do expediente da “denúncia anônima” neste caso chama bastante a atenção. Trata-se, afinal, de um recurso completamente ilegal e que vem sendo cada vez mais utilizado pelo Judiciário após o golpe de Estado de 2016. Recentemente, veio à tona a perseguição ao professor Alyson Mascaro, da Universidade de São Paulo (USP), que tem como base o expediente da denúncia anônima.
Meses após ser “denunciado” em um portal da Internet, Mascaro segue sob risco de perder seu emprego e está sendo perseguido na universidade graças a acusações que sequer podem ser provadas. Afinal, se a denúncia é anônima, Mascaro sequer pode se defender, pois desconhece o conteúdo real da acusação.
O alvo da investigação também não causa surpresa. O Partido da Causa Operária foi a única organização que, durante os quinze meses de guerra entre o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e o Estado terrorista de “Israel”, defendeu explicitamente a ação da Resistência. Em fevereiro de 2024, a direção do PCO chegou a se reunir com a direção do Hamas.
Como resultado de sua posição política, que desafia frontalmente a pressão do sionismo sobre o Brasil, o PCO é alvo de uma miríade de processos. Entre eles, está o pedido de cassação do registro do Partido, feito pela Confederação Israelita do Brasil (Conib) e as investigações de dirigentes, como Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, João Jorge Caproni Pimenta e Francisco Weiss Muniz.
A perseguição ao PCO, por sua vez, é parte de uma ofensiva generalizada contra a defesa da Palestina no Brasil. Um brasileiro, Lucas Passos Lima, foi condenado a 16 anos de cadeia simplesmente por visitar o Líbano e fazer pesquisas sobre a comunidade judaica no Brasil. Ao mesmo tempo, nenhum palestino consegue entrar no Brasil, graças à sabotagem aberta operada pela Polícia Federal. Estudantes da USP e de outras instituições estão sendo investigados por denunciar os crimes de “Israel”.