No último sábado (1º), os partidos da direita, por ampla maioria, venceram as eleições para as mesas diretoras do Congresso Nacional. Para o Senado, com 73 votos (de um total de 81), venceu Davi Alcolumbre, do União Brasil-AP; e, para a Câmara dos Deputados, com 444 votos (de um total de 513), Hugo Motta, do Republicanos-PB, mesmo partido do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, que está sendo preparado como um dos principais candidatos da direita para tentar derrotar o presidente Lula nas eleições de 2026, e apadrinhado de Arthur Lira (PP-AL) que presidiu a Casa por dois mandatos.
Vencidas com folga as eleições, membros do “Centrão” celebraram como um trunfo para realizar uma verdadeira chantagem sobre o governo. Imediatamente, marcaram reunião com o presidente Lula cobrando a realização de ampla reforma ministerial. Não satisfeitos com os ministérios e espaços que já ocupam, querem mais! Exigem que sejam demitidos membros do PT da confiança do presidente e que esses cargos e ministérios também sejam distribuídos aos direitistas.
As lideranças do PT justificam a política de concessões à direita como necessária para ampliar o apoio ao governo e garantir a vitória em 2026. No entanto, não é o que ocorre. Os parlamentares do “Centrão” querem mais cargos, mas deixam bem claro que o apoio à reeleição não está garantido. Tudo dependerá da situação: se Lula estiver em condições de vencer, estaremos juntos! Caso contrário, estaremos com o candidato de oposição.
Pior ainda, com a vitória de Motta, avança na Câmara a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca transformar o Brasil em um país semipresidencialista, com maior poder para o Congresso. Na semana passada a proposta de autoria do deputado Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR) já contava com cerca de 180 assinaturas, embalada pelos atual e ex-presidente da Câmara.
As amplas vitórias da direita nas eleições municipais e no Congresso Nacional comprovam que a política de “frente ampla”, de tentar solucionar os problemas através de acordos, sem mobilização popular e sem enfrentamentos, levou ao enfraquecimento do governo, fazendo-o refém das permanentes pressões dos grandes capitalistas e que não consegue atender às necessidades dos trabalhadores e da população pobre.
A política de “frente ampla” conduz ao fortalecimento do bolsonarismo e da direita em geral e ao enfraquecimento do governo Lula e da esquerda.
É necessária outra política! É necessário enfrentar a direita e os grandes capitalistas através da mobilização pelo atendimento das reivindicações populares.