Após mais de vinte dias de crise, o governo do Pará se rendeu à mobilização dos índios e anunciou a revogação da lei estadual 10.820. O governador Helder Barbalho (MDB) firmou um acordo com o Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp) para apresentar um projeto de lei que anule o ataque aos índios que era o Ensino à distância (Ead).
O movimento grevista, que ocupava a Secretaria de Educação, contou com a adesão de professores estaduais, que reivindicavam reajustes salariais e valorização da carreira.
O acordo inclui a criação de um grupo de trabalho para elaborar um novo projeto de lei que institua o Estatuto do Magistério e o Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos profissionais da educação básica. Esse grupo será composto por representantes do governo estadual, do Sintepp e das comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e tradicionais. Além disso, o estado garantiu que não haverá penalidades para os grevistas, e as faltas durante a paralisação serão abonadas.
Em troca, o Sintepp suspenderá a greve, assegurando a reposição das aulas perdidas. No entanto, o acordo não atendeu à demanda pela exoneração do secretário de Educação, Rossieli Soares, uma das principais reivindicações dos manifestantes.