Palestina

Hamas: não permitiremos que nenhum país ocupe nossa terra

Com o moral nas alturas após a vitória histórica contra "Israel" e o mundo, o Hamas lembrou que "rios de sangue" garantiram a liberdade de Gaza e assim será novamente se preciso

O anúncio do presidente norte-americano Donald Trump de que os Estados Unidos poderiam “assumir o controle” da Faixa de Gaza e expulsar seus habitantes palestinos gerou uma onda de rejeição e condenação internacional. O principal partido revolucionário palestino, o Movimento de Resistência Palestina (Hamas, na sigla em árabe), liderou as críticas, classificando as declarações de Trump como “provocativas”, “ignorantes” e alinhadas aos interesses expansionistas de “Israel”. A proposta, que inclui a ideia de transformar Gaza em uma “Riviera do Oriente Médio”, gerou repúdio em diversos países, até mesmo nos aliados imperialistas do genocídio contra o povo palestino.

O Hamas reagiu imediatamente, emitindo um comunicado em que classificou as palavras de Trump como “hostis” e “contraproducentes”. O partido enfatizou que os palestinos nunca permitiriam a ocupação de suas terras ou a imposição de governos externos. “Gaza é uma parte inseparável da Palestina ocupada, e qualquer solução deve ser baseada no fim da ocupação e na garantia dos direitos palestinos”, afirmou Izzat al-Rishq, membro do birô político do Hamas. Veja abaixo a nota do partido palestino, publicada na rede social Telegram no último dia 5:

“Nós, do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), condenamos com veemência e rejeitamos as declarações do presidente dos EUA, Trump, que pretendem que os EUA ocupem a Faixa de Gaza e desalojem nosso povo palestino. 

Afirmamos que essas declarações são agressivas para nosso povo e nossa causa, não servirão para a estabilidade na região e apenas colocarão óleo no fogo. 

Afirmamos que nós, nosso povo palestino e suas forças vivas, não permitiremos que nenhum Estado do mundo ocupe nossa terra ou imponha tutela ao nosso grande povo palestino, que ofereceu rios de sangue para libertar nossa terra da ocupação e estabelecer nosso Estado palestino com Jerusalém como sua capital. 

Pedimos ao governo dos EUA e ao presidente Trump que se retratem dessas declarações irresponsáveis que contradizem as leis internacionais e os direitos naturais do nosso povo palestino em sua terra. 

Pedimos que a Liga Árabe, a Organização de Cooperação Islâmica e as Nações Unidas se reúnam com urgência para dar seguimento a essas declarações perigosas e assumir uma posição firme e histórica que preserve os direitos nacionais do nosso povo palestino, seu direito à autodeterminação e o estabelecimento do Estado palestino com Jerusalém como capital.”

Durante uma coletiva de imprensa conjunta com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netaniahu, Trump afirmou que os EUA “assumiriam” Gaza e seriam responsáveis por desarmar as bombas não explodidas e reconstruir o território. Ele também sugeriu que países como Egito e Jordânia poderiam receber refugiados palestinos, referindo-se a Gaza como um “local de demolição” após meses de bombardeios israelenses.

A proposta de Trump foi amplamente rejeitada por líderes e governos em todo o mundo. No Oriente Médio, Egito, Jordânia, Arábia Saudita e Catar foram unânimes em condenar a ideia de deslocamento forçado. O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, declarou que seu país não participaria de qualquer plano que envolvesse a remoção de palestinos de suas terras. O Egito, por sua vez, expressou preocupações com as implicações demográficas e de segurança de tal medida.

Mesmo os sócios europeus dos EUA no genocídio em Gaza, como a ministra das Relações Exteriores da Alemanha Annalena Baerbock e o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, rejeitaram a proposta de Trump, afirmando que ela violaria o direito internacional e agravaria a instabilidade regional. A União Europeia e as Nações Unidas reiteraram que o futuro de Gaza deve ser determinado por meio de negociações diplomáticas, não por ações unilaterais.

O Hamas e outras forças revolucionárias palestinas foram enfáticas em afirmar que o povo palestino não aceitará qualquer tentativa de deslocamento forçado. Sami Abu Zuhri, oficial do Hamas, descreveu as declarações de Trump como “ridículas” e “absurdas”, alertando que elas poderiam inflamar ainda mais a região. “Nossa resistência é legítima, e permaneceremos firmes em nossa terra, não importa o custo”, disse ele.

Abdel Latif al-Qanou, porta-voz do Hamas, acrescentou que a proposta de Trump faz parte de um esquema maior para eliminar a causa palestina. “Esta é uma tentativa desesperada de apagar nossa luta justa, mas o povo palestino, que resistiu aos ataques mais brutais, não se renderá”, afirmou. Ele pediu à comunidade internacional que rejeite as propostas de Trump e defenda o direito à autodeterminação do povo palestino.

Líderes como o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente colombiano Gustavo Petro também condenaram as declarações de Trump. Lula questionou a legitimidade dos EUA para ocupar Gaza, destacando que o país é um aliado próximo de “Israel” e tem sido cúmplice da violência contra os palestinos. “O que aconteceu em Gaza foi um genocídio. Não sei se os EUA, que são parte disso, são o país certo para supervisionar Gaza”, disse Lula.

Petro, por sua vez, alertou que a proposta de Trump poderia desencadear uma guerra ainda pior na região. “Eles estão prestes a acender a pior guerra, baseados na crença de que são o povo escolhido por Deus”, afirmou. Ele enfatizou que “o povo de Deus não são os americanos brancos ou os israelenses. O povo de Deus é toda a humanidade”.

Se Trump decidir levar adiante suas ideias, enfrentará a resistência feroz do povo palestino e dos oprimidos de toda a região. Com o moral elevado pela vitória histórica contra a ditadura sionista, o Hamas e as demais forças revolucionárias palestinas já deixaram claro que não cederão à pressão e estarão prontos para defender a Palestina.

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