O governo dos Estados Unidos está avançando com o desmantelamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), uma entidade que, sob a fachada de assistência humanitária, tem operado como um mecanismo de influência política. A iniciativa está sendo conduzida como parte de um esforço mais amplo de corte de gastos públicos e reestruturação do funcionamento de órgãos federais. Em declarações recentes, críticos da agência afirmaram que ela é “irremediavelmente corrupta” e que sua única solução viável é a dissolução completa.
Durante uma discussão na plataforma X, argumentou-se que a USAID não apenas desperdiça recursos dos contribuintes norte-americanos, mas também age como um veículo de ingerência política. A organização foi classificada como uma estrutura que opera “à margem da transparência e da responsabilidade democrática”. Defensores do desmantelamento reforçam que a decisão de encerrar a agência conta com apoio político de figuras influentes, que ordenaram medidas para desmantelar seu aparato burocrático.
O impacto imediato da decisão já começou a ser sentido. O sítio oficial da USAID saiu do ar no último dia 1º sem qualquer aviso prévio, funcionários foram impedidos de acessar suas instalações e dois altos executivos da agência foram afastados após tentarem barrar auditores do Departamento de Eficiência do Governo (DOGE), grupo designado para revisar contas públicas. Além disso, contratos foram congelados e uma auditoria emergencial foi iniciada para examinar a destinação de bilhões de dólares que estavam programados para programas no exterior.
A USAID tem um longo histórico de envolvimento em operações que vão além da simples ajuda humanitária. Oficialmente, a agência se apresenta como a maior provedora de assistência externa do mundo, mas na prática tem servido como um braço de intervenção em países considerados estratégicos. Apenas na Venezuela, desde 2017, a USAID transferiu cerca de 500 milhões de dólares para grupos oposicionistas, justificando os repasses como “assistência humanitária”. Documentos vazados pelo WikiLeaks detalham como a agência participou ativamente na tentativa de desestabilizar os governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, com financiamento a organizações contrárias ao regime.
A atuação da agência não se limita à América Latina. Em Cuba, Ucrânia, Síria e outras regiões, a USAID canalizou recursos para grupos que promovem ações contra governos locais, frequentemente operando por meio de organizações não-governamentais. Desde sua fundação, em 1961, a agência manteve uma relação estreita com o Departamento de Estado e com a CIA, tornando-se uma ferramenta essencial da política externa intervencionista dos Estados Unidos.
Mesmo as áreas tradicionalmente associadas a ações de caridade, como saúde pública e assistência a portadores de HIV, têm sido apontadas como tendo segundas intenções. Defensores do fechamento da agência argumentam que os recursos economizados poderiam ser melhor empregados em programas domésticos para beneficiar os cidadãos norte-americanos.
O fechamento da USAID representa um revés significativo para a estrutura de intervenção global do imperialismo norte-americano. Essa decisão não apenas reduz gastos públicos, mas também corrige um desequilíbrio na política externa norte-americana. Também foi sugerido que outras instituições devem ser auditadas e potencialmente extintas, caso apresentem os mesmos problemas.
Diante desse cenário, o mundo, especialmente as nações que têm resistido à ingerência estrangeira, pode se beneficiar enormemente da dissolução da USAID. Com a eliminação dessa peça-chave do tabuleiro político, o governo Trump impõe uma derrota histórica ao aparato de influência externa dos Estados Unidos, sinalizando uma mudança na maneira como o país se relaciona com o restante do mundo.