Estados Unidos

A demonização de Trump é uma campanha em defesa de Biden

Depois da eleição de Trump, esquerda pequeno-burguesa se esforça para limpar a barra de genocidas

A política imigratória dos Estados Unidos sempre foi um fascista, especialmente com os mexicanos. Ocorre que, para a esquerda, agora é que a situação ficou ruim, após a posse de Donald Trump, que tinha em seu programa eleitoral uma perseguição aberta contra imigrantes no país.

Boa parte da esquerda se mostra chocada com Trump, quando, na realidade, tudo que ele está fazendo agora sempre foi parte da política dos governos norte-americanos. Finalmente, o muro que separa os EUA do México não foi Trump quem construiu.

Florestan Fernandes Jr., colunista do Brasil 247, é desses que está chocado com Donald Trump, e, em seu recente artigo afirmou “A perseguição aos imigrantes revela a imagem sórdida do Império” ele afirma que “o ódio de Trump nas ações contra os latinos, lembra, guardadas as proporções, a perseguição da SS nazista contra o povo judeu, na era Hitler”.

Segundo Fernandes, “o ódio destilado por Trump contra os imigrantes alimenta o preconceito, o racismo e a xenofobia. Prova disto são as milícias que têm, desde a posse de Trump, perseguido, constrangido e atacado imigrantes em todo o território estadunidense, disseminando o horror”. 

O terror apresentado por Fernandes, na verdade, serve para aliviar a barra dos presidentes anteriores, especialmente Joe Biden. Tratar Trump como o maior mal da humanidade jamais visto é ignorar tudo que os “democratas” norte-americanos fizeram até o momento, e, na ponta da caneta, Trump ainda não fez nada muito além do que já faziam os governos anteriores, apesar de suas declarações que em grande medida não passam de bravatas para sua base eleitoral.

Fernandes ainda acredita que as declarações e medidas de Trump influenciaram outros direitistas no mundo inteiro, como Javier Milei, na Argentina, e Flávio Bolsonaro, no Brasil. 

Além disso, a ladainha do “discurso de ódio” também é parte da cartilha de Fernandes: “a cizânia espalhada pelos discursos de ódio e das mentiras da direita fascista vem minando a integração da América Latina. Tanto que a reunião emergencial da Comunidade de Estados Latino-Americanos foi suspensa por falta de consenso”. 

A realidade é que não existiu e nem existirá qualquer governo norte-americano bom, ou minimamente democrático. Basta lembrar que o maior genocídio da atualidade, ocorrido na Faixa de Gaza, na Palestina, foi cometido pelo democrata Sr. Joe Biden, com o seu lacaio regional Benjamin Netaniahu. 

O pânico organizado pela esquerda após a eleição de Trump é parte da política de limpar o currículo dos presidentes anteriores. Se um é o nazismo na terra (Trump), Biden seria, por algum motivo não explicado, um democrata de marca maior. 

É como comparar os ataques contra o povo encampados pelo PSDB no Brasil com os feitos dos bolsonaristas. Perto dos tucanos, os bolsonaristas não conseguiram nem 1% de toda desgraça social promovida pela laia de Fernando Henrique Cardoso e companhia limitada. 

Fernandes, assustado agora com os Estados Unidos, se preocupa: “tudo isso que está acontecendo é preocupante e coloca os governos progressistas e de esquerda em alerta. Os presidentes democráticos estão mantendo conversas entre si. Nesta quarta-feira, (29/01) Lula e Boric conversaram por telefone para tratar dos caminhos a serem seguidos para preservar e fortalecer a integração da América Latina e do Caribe, diante do avanço das ideias fascistas no mundo”.

Ou seja, aí está o raciocínio: se Trump é o mal do mundo, os demais são os “presidentes democratas”, incluindo aí o Sr. Boric, a “nova esquerda” que tem compromisso assinado com o imperialismo”. 

Só no século XXI, os EUA patrocinaram guerras, que, somadas, chegam na casa três milhões de mortos. Afeganistão (2001), Iraque (2003), Síria (2011), Sudão (2013), Líbia (2014), Iêmen (2014) Palestina (2023), só para citar os principais, e, por algum motivo, Trump é que é o grande mal da humanidade. 

E completa, Fernandes: “no Boa Noite 247 de terça-feira (28/01), algumas pessoas comentaram no chat que os jornalistas do Painel, dentre os quais, este que aqui escreve, estávamos muito pra baixo, e tristes. Na realidade, não estamos tristes, mas preocupados com o momento extremo que vivemos”.

Quer dizer, a tristeza chegou só agora, depois de tudo que o governo norte-americano fez no mundo. Além de ser uma política para limpar o histórico dos presidentes anteriores, não deixa de ser, também, uma política medrosa. 

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