O Ministério da Fazenda, sob o comando do ministro Haddad, afirma querer economizar pelo menos dois bilhões de reais com o programa Bolsa Família em 2025 e 2026. Além disso, diz que essa é uma estimativa conservadora e que os cortes poderiam ser ainda mais intensos.
Se o número de famílias atendidas por este programa voltasse aos valores de 2018, diz ele, seriam economizados 54 bilhões de reais por ano, considerando que o valor médio dos benefícios fosse cerca de 676 reais, ou seja, o valor daquela época.
Com essa economia, o governo poderia zerar o déficit primário, que em 2024 está estimado em 42 bilhões de reais. Tirando dos pobres para dar aos banqueiros multimilionários. Em valores de hoje, o programa consome um total de 170 bilhões de reais.
Antes do governo Bolsonaro, havia 14,1 milhões de famílias que recebiam, em média, 191 reais, e o valor anual era de cerca de 2,67 bilhões de reais.
Quando Bolsonaro deixou o poder, o número de famílias atendidas foi de 21,6 milhões, com o valor de 600 reais por família, aproximadamente. O governo de extrema direita o fez visando ganhos eleitorais, não deixando, no entanto, de beneficiar a população — uma contradição.
Em 2024, no início do governo Lula, ele reduziu em 1,2% o total de famílias atendidas, chegando a 3,7% desde o início do mandato, um corte de 789 mil famílias. Esse é o resultado da política da ala econômica do governo de fazer um pente-fino no programa para retirar “aqueles que não teriam direito ao benefício”.
Economistas a serviço do imperialismo dizem que é possível atingir essa meta e ir além disso. Para isso, aconselham fazer uma boa manutenção no cadastro e afirmam que o governo pode utilizar a experiência de governos estaduais na fiscalização dos cadastros de benefícios sociais.
Ou seja, a proposta é reduzir os valores gastos com a população pobre, garantindo que os pagamentos aos banqueiros continuem aumentando, com a política de aumentos sucessivos da taxa de juros na economia.
Por isso, pressionam o governo Lula, deixando-o nas cordas e enfraquecendo ainda mais um governo já bastante fragilizado. O governo precisa urgentemente abandonar essa política de Robin Hood ao contrário, que tira dos pobres para entregar aos ricos. Senão, poderá perder o apoio do único setor que de fato sustenta seu governo: a classe trabalhadora.